Mostra faz um apanhado do termo Camp, cunhado por Susan Sontag
O Costume Institute do Museu Metropolitan apresenta até o dia 8 de setembro de 2019 a mostra Camp: Notes on Fashion. A mostra explora as origens da estética camp e como esse conceito subversivo se estabilizou na cultura pop mainstream. O ponto de partida é o ensaio de Susan Sontag, Notes on Camp, de 1964 (você pode baixar aqui). Susan Sontag foi uma intelectual americana, casada com a fotógrafa Annie Leibovitz. Susan é autora de uma infinidade de livros, entre eles Sobre a Fotografia, uma das principais reflexões sobre essa prática e arte.
O conceito camp não é fácil de entender, na verdade é uma estética em constante mutação. O melhor exemplo de camp, a atriz e drag queen Divine, surgiu quase 15 anos depois da publicação deste ensaio de Susan Sontag.
Uma das definições de Susan Sontag nesse ensaio é:
Camp é a experiência estética do mundo. Encarna a vitória do “estilo” sobre o “conteúdo”, da “estética” sobre a “moralidade”, da ironia sobre a tragédia.
Na mostra do Met, que tem patrocínio da Gucci, estão em exibição cerca de 250 objetos, entre roupas masculinas e femininas, esculturas, pinturas e desenhos. Algumas obras, as mais antigas, datam do século 17.
A abertura da exposição coloca Versailles como uma meca do camp, nas cortes de Louis XIV e Louis XV, auge do movimento Barroco. O conceito é visto também nas figuras do dandy como um ideal camp. O primeiro setor traça esse histórico passando ainda pelas comunidades queer no final do século 19 e começo do século 20.
Já o segundo setor da exposição traz os elementos de ironia, humor, paródia, pastiche, exagero e dramatização, todos expressos através da moda.
Clique nas imagens abaixo para abrir a galeria:
Camp segundo Susan Sontag – foto: The Metropolitan Museum of Art, BFA.com/Zach Hilty Thierry Mugler à direita – foto: The Metropolitan Museum of Art, BFA.com/Zach Hilty foto: The Metropolitan Museum of Art, BFA.com/Zach Hilty foto: The Metropolitan Museum of Art, BFA.com/Zach Hilty foto: The Metropolitan Museum of Art, BFA.com/Zach Hilty Jeremy Scott para House of Moschino – foto: © Johnny Dufort, 2019 Bertrand Guion para House of Schiaparelli – cabeça por Stephen Jones Jeremy Scott para House of Moschino primavera/verão 2017; foto: © Johnny Dufort, 2019 Alessandro Michele para Gucci, outono/inverno 2016/2017 – foto: © Johnny Dufort, 2019 Virgil Abolh para Off-White, outono 2018; foto: © Johnny Dufort, 2019 Vestido de casamento de Alejandro Gómez Palomo para Palomo Spain, foto: © Johnny Dufort, 2019
Em Camp: Notes on Fashion se podem ver criações de grandes estilistas de moda como Cristóbal Balenciaga, Christian Dior, Salvatore Ferragamo, John Galliano (Maison Margiela, House of Dior e John Galliano), Jean Paul Gaultier, Nicolas Ghesquière (para Louis Vuitton), Christian Lacroix, Karl Lagerfeld (em House of Chanel e Chloé), Alexander McQueen (para Givenchy), Alessandro Michele (para Gucci), Elsa Schiaparelli, Jeremy Scott (Moschino e Jeremy Scott), Hedi Slimane (para Saint Laurent), Viktor Horsting and Rolf Snoeren (Viktor & Rolf), Philip Treacy, Walter Van Beirendonck, Gianni Versace, Vivienne Westwood, Stephen Jones (Giles Deacon, John Galliano e House of Schiaparelli) e Christopher Kane, entre muitos outros.
Para o diretor do Metropolitan, Max Hollein
A natureza disruptiva do Camp e a subversão dos valores da estética moderna vem sendo banalizados, mas esta exposição revela que esse conceito tem uma profunda influência tanto na cultura popular como na arte erudita. Traçando sua evolução e sublinhando seus elementos principais, a mostra Camp: Notes on Fashion denota as sensibilidades irônicas e seu estilo audacioso, desafiando definições convencionais de gosto e beleza. Dessa forma a mostra estabelece o papel crítico que o conceito camp tem na história da moda e da arte.
A estreia da mostra foi celebrada com mais uma edição do evento beneficente The Costume Institute Benefit, o Met Gala, na segunda, 6 de maio de 2019. Os anfitriões da noite foram Lady Gaga, o diretor criativo da Gucci, Alessandro Michele, o cantor Harry Styles, a jogadora de tênis Serena Williams e Anna Wintour, editora da Vogue e patrona da ala de moda do Costume Institute do Met. O jantar é a maior fonte de angariamento de fundos dessa ala do museu.
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