Michael Keaton estrela e produz Dopesick


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Minissérie sobre crise dos opioides nos EUA está disponível na plataforma de streaming Star+

Dopesick: Dealers, Doctors and the Drug Company that Addicted America, escrito por Beth Macy, é o livro que inspirou a minissérie Dopesick, está na plataforma Star+. A produção tem Michael Keaton como protagonista e produtor.

O assunto é a história real do remédio OxiContin que desencadeou a crise dos opioides nos Estados Unidos. O remédio foi inventado e, até 2019, era fabricado pela empresa Purdue Pharma, da família Sackler A empresa foi dissolvida em 2021.

O elenco tem alguns grandes atores da atualidade, entre eles Rosário Dawson, Peter Sarsgaard, Michael Stuhlbarg e Kaitlyn Dever. A história do OxiContin está no centro da crise dos opioides nos Estados Unidos. O país que mais combate as drogas ilegais no mundo, sem sucesso, tem um problema ainda maior com as drogas lícitas, receitadas por médicos. Milhares de pessoas morrem anualmente por overdose de opioides nos Estados Unidos.

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Todas as grandes empresas farmacêuticas comercializam remédios que contém opiáceos, causadores de dependência química. Esses remédios são usados para combater dor extrema, como por exemplo a morfina, administrada em pacientes de câncer. Essas drogas são comercializadas com muita parcimônia, tanto dos médicos que receitam, como das farmácias e precisam obedecer as regras das instituições reguladoras de cada país.

No Brasil os opioides são comercializados somente com receita médica e com tarja preta na embalagem. Para comprar o remédio é preciso levar receita assinada e carimbada por médico. O farmacêutico precisa preencher um formulário com dados do paciente e da pessoa que está comprando. A farmácia só pode vender a quantidade estipulada na receita que só pode ser usada uma vez e fica retida após a compra.

Nos Estados Unidos também é bem regulada a venda desses remédios, no entanto os próprios médicos acabam receitando os medicamentos, muito além do que deveriam, causando dependência química nos pacientes.

O caso do OxiContin é uma situação alarmante porque a Purdue Pharma fez de tudo para burlar as normas da FDA (Federal Drug Administration), a Anvisa dos Estados Unidos.

Dopesick mostra como foi a escalada do OxiContin, desde a invenção do remédio, passando pelas fases de comercialização, os truques de marketing, as “maquiagens” de dados científicos, e todas as manobras de corrupção da empresa em relação a políticos e funcionários do governo.

O relaxamento de regras na FDA e o marketing agressivo do remédio OxiContin, falsamente rotulado como uma droga com pouca possibilidade de criar dependência química, foram percebidos por várias pessoas que se deram conta da crise que estava acontecendo.

Médicos que receitavam o remédio, funcionários da DEA (Drug Enforcement Administration), a divisão de narcóticos dos Estados Unidos, além do FBI, acabaram conseguindo fechar o cerco contra a empresa Purdue Pharma, mas não foi fácil e demorou quase vinte anos.

Dopesick mostra a realidade das “big pharma”, os grandes conglomerados de indústrias de medicamentos e um dos conflitos éticos centrais da medicina: remédios podem ser fabricados e comercializados numa economia regida pelo mercado?

A questão dos opioides hoje nos Estados Unidos é considerada uma emergência de saúde pública.

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