Estrela da TV dos anos 70 ajudou a redefinir parâmetros de gênero
Um dos documentários com estreia mundial no festival SXSW é Being Mary Tyler Moore. O filme chega à plataforma HBOMax em 26 de maio.
Mary Tyler Moore foi uma atriz americana que teve importância crucial no movimento feminista. O seriado The Mary Tyler Moore Show, produzido e estrelado por ela nos anos 70, quebrou paradigmas de gênero. A protagonista Mary Richards era uma mulher de 30 anos, solteira e independente financeiramente, através de seu trabalho como produtora de TV. Na época que o seriado foi lançado, em 1970, os personagens femininos eram de esposa, namorada ou viúva de algum protagonista masculino.
SXSW 2023
Mary Richards mostrava que uma mulher solteira de trinta anos que trabalhava, podia viver sozinha e feliz. Podia também conhecer vários homens diferentes, sem necessariamente visar um casamento.
Mary Tyler Moore quebrou paradigmas na vida real também, já que ela era a produtora de seu próprio programa de TV, ao lado do marido, Grant Tinker, um executivo do canal NBC. Eles fundaram a produtora MTM. Além de The Mary Tyler Moore Show, a MTM criou vários seriados spin-off com personagens do programa, como Rhoda e Phylis. Lançaram também grandes sucessos de público e crítica, como Hill Street Blues, conhecido no Brasil como Chumbo Grosso (policial) e St Elsewhere (médico), um dos primeiros trabalhos de Denzel Washington.
O seriado The Mary Tyler Moore Show, que foi exibido na TV Globo na época, acabou definindo novos padrões e confirmando a atriz como ícone feminista. Sua atuação como produtora, uma figura poderosa na indústria da TV americana nos anos 70, finalmente selou a história de Moore como uma das mais importantes figuras do feminismo americano nos anos 70.
O documentário Being Mary Tyler Moore traz entrevistas com herdeiros, amigos, família e colegas de trabalho da atriz que faleceu em 2017. O filme faz um apanhado intimista da carreira de Mary Tyler Moore, uma carreira de cerca de sessenta anos.