And Just Like That… é a continuação de Sex and the City


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Seriado com Sarah Jessica Parker está na plataforma de streaming MAX

Sex and the City foi muito mais que um seriado, foi o melhor retrato da revolução sexual do século XX a qual, ainda hoje, é ressentida por muitos estratos da sociedade. Em seis temporadas, de 1998 a 2003, a série mostrou o cotidiano de quatro mulheres independentes em busca da felicidade no trabalho e na vida amorosa, sem saber ao certo qual rumo tomar, já que não há parâmetros de comportamento a serem seguidos. Sex and the City na verdade sugeriu um pouco desses novos parâmetros. 

No decorrer desses seis anos houve a virada do milênio e o 11 de setembro que impactou justamente a “quinta” personagem principal da série, a cidade de N.York. 

Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda são personagens bem diferentes entre si, mas também muito complementares. Elas ficaram tão icônicas que seus nomes viraram sinônimos de suas características: “você está agindo como uma Charlotte” ou “ela está sendo tão racional quanto uma Miranda”. 

O programa é um marco do feminismo e mostrou de forma fidedigna os obstáculos e perrengues pelos quais passam as mulheres nos dias de hoje, seja em N.York, seja em qualquer cidade moderadamente desenvolvida do mundo ocidental. 

Quando a série acabou, em 2003, ficou um vácuo, mas outros seriados também tentaram mostrar a vida da mulher atual em momentos ou cenários diversos. 

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Talvez o seriado que tenha mais dialogado com Sex and the City seja Girls, também da HBO. Criado por Lena Dunham, Girls foi lançado em 2012, quase dez anos após o término de Sex and the City e mostrou um cenário bem menos glamuroso, mesmo sendo ambientado em N.York. Sai a ênfase na moda e os passeios a lojas, restaurantes e bares caríssimos de Manhattan, e entra em cena o bairro do Brooklyn, dos millenials menos abastados. A essência está lá, no humor, na falta de pudor e, novamente, na completa falta de parâmetros sobre como deve agir uma mulher no mundo atual.

Younger, seriado produzido por um dos criadores de Sex and the City, Darren Star, estreou em 2015 e tem o mesmo humor e crítica social. Star é também o criador de Emily in Paris, outra narrativa onde a personagem principal é uma mulher solteira cujo cotidiano envolve seu trabalho e sua busca pela felicidade numa cidade super movimentada, no caso Paris. 

Mas há um outro vácuo deixado por Sex and the City: vinte anos depois, como seria a vida de Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha? As mulheres que tinham 30 anos nos anos 00, o que estariam fazendo hoje, aos 50? 

Para preencher esse vácuo estreia esta semana, somente no portal de streaming HBO Max, a série And Just Like That…, uma continuação de Sex and the City, mostrando como estão hoje as personagens Charlotte, Miranda e Carrie. 

Mas e Samantha? Pois é, depois do imbroglio de uma treta pública entre Kim Cattrall (Samantha) e Sarah Jessica Parker (Carrie), não se concretizou o sonho de produzir a continuação do seriado Sex and the City e nem o terceiro filme da série.

Rumores sobre rusgas entre Kim Cattrall e as outras protagonistas existem desde o início do seriado, em 1998. Cattrall já tinha uma carreira onde havia protagonizado dois filmes de sucesso, um deles Manequim, nos anos 80. A personagem Samantha, sem sombra de dúvidas, é a mais original da série, a que mais provoca discussões, a que melhor lida com sexo, tema central do seriado. 

Em 2018 veio à tona o desentendimento entre as duas atrizes. O irmão de Kim Cattrall havia falecido e Sarah Jessica Parker fez um comentário de pêsames no Instagram de Kim. Cattrall respondeu de forma bem ríspida, dizendo que as duas não são, nem nunca foram amigas e que Sarah Jessica Parker era hipócrita. A mídia e a internet ferveram muito com a treta pública, mas Sarah Jessica Parker não respondeu mais e Kim Cattrall saiu como vilã da história. 

Fofocas já haviam cercado a produção dos dois filmes realizados depois do final da série. Kim Cattrall era sempre taxada como a vilã que queria receber mais dinheiro. Ela se recusou a fazer um terceiro filme, havia planos para isso. 

Não é de se admirar a posição de Kim Cattrall. Os filmes, principalmente o segundo, receberam péssimas críticas. A personagem Samantha foi ridicularizada nos dois filmes.

Não há dúvidas que sem Samantha a temática de Sex and the City fica sem um alicerce importantíssimo, afinal quem não gostaria de saber qual seria o futuro da personagem que convivia melhor com sua sexualidade?

Pelo jeito nunca vamos saber o que realmente acontece com Samantha. Kim Cattrall, no entanto, vem aí numa nova versão de Os Assumidos (Queer as Folk). 

And Just Like That… estreia na esteira dessa ausência, mas tem espaço para discutir muita coisa mostrando o desenrolar das histórias de Carrie, Miranda e Charlotte.

Do produtor executivo Michael Patrick King, a série Max Original de dez episódios And Just Like That… está disponível na plataforma MAX.

Criada por Darren Star, Sex and the City é baseada no livro homônimo de Candace Bushnell.

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