Alex Jones: Uma Guerra Contra a Verdade


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Alex jones

Documentário da HBO fala do propagador de fake news Alex Jones e como ele caluniou os pais das vinte crianças que morreram no tiroteio em Sandy Hook

Não é fácil assistir ao documentário da Max, Alex Jones: Uma Guerra Contra a Verdade. É de embrulhar o estômago… Mas é necessário. Deveria ser mandatório nos dias de hoje, pauta obrigatória. 

Num mundo onde as redes sociais e canais de TV obscuros entopem o mundo de fake news, o caso Alex Jones é talvez o de desfecho mais lamentável.

Em dezembro de 2012 aconteceu mais um dos milhares de tiroteios a esmo que acontecem nos Estados Unidos. Esse foi em um jardim da infância e o atirador matou 26 pessoas e feriu outras duas. Das 26 pessoas mortas, 20 eram crianças em idade pré-escolar, ou seja, em torno de seis anos. Esse foi o massacre de Sandy Hook

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Alex Jones é um elemento que se diz “comunicador”. Desde os anos 90 ele vende tralhas em seus programas estilo infomercial misturado com cobertura de teorias da conspiração. No início, nos anos 90, foi na TV a cabo, no Texas, ele é de Austin. Depois migrou para a internet onde construiu seu império de fake news, o InfoWars.  

Esse desclassificado lançou uma teoria da conspiração logo depois da tragédia de Sandy Hook. Começou a noticiar Sandy Hook como uma farsa e usou imagens dos pais das crianças no funeral dizendo que eles não pareciam pessoas que tinham acabado de perder seus filhos. 

Tripudiou à exaustão, ridicularizou de tudo quanto foi jeito e teve vários seguidores para ajudá-lo a difamar e caluniar essas pessoas enquanto elas passavam por esse trauma pavoroso. Alguns dos seguidores de Jones foram pessoalmente até a cidade onde fica a escola, Newport, Connecticut para insultar pessoas ligadas à investigação e alguns dos pais das crianças. Muitos desses pais das crianças de Sandy Hook receberam ameaças de morte desses ensandecidos seguidores de Alex Jones. Até hoje eles recebem ameaças.

Os pais e parentes das pessoas mortas em Sandy Hook se juntaram, alguns moveram processos coletivos e outros moveram ações individualmente contra Alex Jones. Ele perdeu todos os processos e está devendo mais de 1 bilhão de dólares em indenizações. Para pagar ele continua vendendo bugigangas e vitaminas em seu site de fake news. No entanto não saldou as dívidas até agora.

Um dos pontos interessantes do filme é mostrar como esse povo da fake news ganha dinheiro. Jones ganha com a venda de produtos durante suas transmissões ao vivo. Essas vendas aumentam de forma exponencial nos momentos em que ele fala as maiores barbaridades, como chamar de farsa o massacre de Sandy Hook. 

Um dado aterrador mostrado no documentário é sobre a porcentagem de 24% de americanos que efetivamente acreditam que o massacre de Sandy Hook não aconteceu e foi parcialmente ou completamente encenado.

Jones tem como aliados os defensores da segunda emenda da constituição americana. Esses “patriotas” lutam para manter o direito dos americanos de comprar e portar facilmente armas de fogo. Segundo o National Institute of Health dos Estados Unidos, o Ministério da Saúde dos americanos, em 2023 aconteceram 656 tiroteios no país. É mais que o dobro em dez anos. Em 2013 aconteceram 269. 

Entre as redes sociais a maioria o expulsou, mas o X, antigo Twitter, restaurou a conta do propagador de fake news. O bilionário Elon Musk, defensor da “liberdade de expressão”, depois que comprou a rede deu voz novamente a esse verme.

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