Girls On The Bus na Max


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Seriado mostra jornalistas cobrindo eleição presidencial nos Estados Unidos

Uma série que eu estou adorando é Girls On The Bus, da plataforma MAX. O seriado fala de uma trupe de jornalistas que acompanha a campanha política de candidatos à presidência dos Estados Unidos. O título é uma alusão a um livro de 1972 chamado Boys On The Bus que fala de um grupo de jornalistas que acompanharam a campanha presidencial americana quando concorreram Nixon e McGovern. 

A série da MAX foi criada por Julie Plec, do Vampire Diaries e pela jornalista Amy Chozick. A Amy acompanhou a campanha da Hillary Clinton em 2016. Essa experiência foi detalhada no livro Chasing Hillary

Em Girls On The Bus a gente acompanha a campanha de candidatos à presidência junto com as quatro jornalistas que estão cobrindo para seus respectivos veículos. 

Temos a Sadie, vivida pela Melissa Benoist que fez a série Supergirl. Ela está ótima como a Sadie, jornalista do jornal Sentinel que é poderosíssimo, algo como o New York Times. Quem personifica o dilema de Sadie é o fantasminha anjo/diabo Hunter Thompson que vem a ser o maior nome do jornalismo gonzo, uma vertente criada por ele mesmo dentro do Novo Jornalismo. Ele aparece nas horas em que a Sadie enfrenta seus dilemas profissionais. 

Já a Grace é a personagem interpretada pela ótima Carla Gugino, conhecida por inúmeros papéis, como por exemplo A Queda da Casa de Usher. Ela é a reporter veterana da mídia impressa, louca por um furo de reportagem. 

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As outras duas jornalistas são mais retrato da mídia atual. Temos a jornalista influenciadora Lola, interpretada pela ótima Natasha Benam, reportando somente em suas próprias redes sociais. E temos a Kimberlyn, vivida pela atriz Christina Elmore. A Kimberlyn é uma reporter conservadora de um canal de TV de direita.

Como vocês podem imaginar muitos conflitos surgem no meio de tantas personalidades diferentes, diferentes visões políticas, pessoas que tem histórias de vida bem distintas, diferentes faixas etárias e diferentes tipos de mídia para os quais elas trabalham. 

Mas a situação de trabalhar cobrindo uma campanha faz com que elas de alguma maneira sejam obrigadas a conviver. 

Girls On The Bus é entretenimento, não é uma reflexão aprofundada sobre uma das profissões mais perigosas hoje que é o jornalismo. Ainda assim, mesmo se permitindo o olhar bem humorado, a série trata de pontos bastante interessantes da profissão. 

A questão da ética na profissão de jornalista é bem pontuada nos desafios enfrentados pela Sadie. Ela acaba passando por um processo disciplinar dentro do jornal por ter vivido um romance com um dos assessores de imprensa de um dos candidatos. 

A rivalidade entre profissionais de veículos concorrentes também é lembrada na série. 

As personagens são bem escritas e suas questões são bem pensadas. Nesse ambiente, a série consegue distrair e mesmo fazer pensar, ainda que mostrando um idealismo difícil de atingir na vida real. 

É difícil acreditar que pessoas tão diferentes e inflamadas num ambiente de discussão política tão polarizado como o atual, possam conviver e desenvolver uma amizade.  

Mas na série funciona, e eu recomendo…

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