Novo filme de Laura Poitras sobre fundador do Wikileaks não tem aprovação de biografado
Julian Assange não gostou nadinha do novo filme que a diretora de Citizenfour, Laura Poitras, fez sobre ele. Acaba de ser lançado no canal a cabo americano Showtime o filme Risk, que demorou seis anos para ser realizado. Durante as filmagens de Citizenfour ela fez imagens que utilizou no novo documentário. Ao contrário do filme que lhe valeu um Oscar, Risk não é um thriller e, na verdade, até parece uma comédia de humor negro.
O australiano Julian Assange, programador de computadores, é o fundador e editor chefe do Wikileaks, uma plataforma online que desde 2006 permite que se revelem documentos comprometedores de forma anônima. O Wikileaks é um marco no jornalismo contemporâneo. Em 2007 o site revelou como prisioneiros estavam sendo impedidos de ter acesso à Cruz Vermelha na prisão de Guantanamo Bay . Em 2010 a plataforma recebeu do ex-soldado Bradley Manning cerca de 700 mill documentos do departamento de estado e do exército norte-americano, incluindo o famoso vídeo Collateral Murder. O vídeo mostra um helicóptero americano Apache bombardeando Bagdá e matando 15 civis, inclusive dois jornalistas da agência de notícias Reuters. Os oficiais aparecem rindo muito depois do ataque.
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Em 2016 o Wikileaks interferiu seriamente nas eleições americanas expondo a suposta decisão tendenciosa do partido democrático que escolheu Hillary Clinton para ser candidata à presidência ao invés de Bernie Sanders. O site também já expôs vários documentos brasileiros ou relativos ao Brasil, como a existência de grampos em 29 números de telefones de autoridades brasileiras, incluindo a ex-presidente Dilma Roussef e o ex-ministro da fazenda Antonio Palocci.
Não há dúvida de que Julian Assange é uma pessoa poderosa e muito temida. Desde junho de 2012 ele vive exilado na embaixada do Equador em Londres para tentar evitar uma extradição para os Estados Unidos onde ele seria julgado e possivelmente condenado à prisão perpétua por ser considerado inimigo do país.
Em matéria para o canal de notícias RT a advogada de Julian Assange fala sobre uma possível ação contra a diretora do filme alegando que a produção utiliza conteúdo e imagem de pessoas sem consentimento.