Documentário acompanha auge e fim da carreira do DJ e produtor sueco de EDM
É de cortar o coração assistir ao documentário Avicii: True Stories sobre o DJ e produtor musical sueco que se suicidou em abril de 2018. O filme já havia sido lançado em 2017 em escala reduzida na Suécia, portanto, antes de sua morte. O documentário mostra com riqueza de detalhes a carreira do jovem produtor, principalmente entre 2013 e 2017.
Avicii, ou Tim Bergling, tinha 28 anos quando faleceu durante uma viagem de turismo a Omã, no Oriente Médio. Foi um dos DJs de EDM de maior sucesso comercial de todos os tempos e um dos primeiros a quebrar a barreira da música pop.
Produziu discos e remixes de grandes nomes da música como Madonna e Rita Ora. Trabalhou com Nile Rodgers, Wyclef Jean e Chris Martin do Coldplay, entre outros.
Revelando a vida do jovem DJ desde o começo da carreira até o sucesso estelar, não só como DJ, mas também como produtor, Avicii: True Stories também desvenda sua batalha contra problemas de saúde física e mental.
Dirigido pelo sueco Levan Tsikurishvili, o documentário acompanha bem de perto Tim Bergling, mostrando seu estilo de vida, sua maneira de pensar e de trabalhar. Chris Martin, Nile Rogers, David Guetta, Tiësto e Wyclef Jean dão depoimentos ao filme.
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Avicii veio de uma família famosa da Suécia. Sua mãe, Anki Liden, e um de seus irmãos são atores. Um outro irmão, David, trabalha no setor hoteleiro.
Sua carreira foi meteórica, fazendo sucesso desde as primeiras tentativas. O filme mostra a conturbada relação entre Avicii e seu empresário, Arash Pournouri. Em 2016 Avicci era um dos DJs mais bem pagos do mundo, com cachês em torno dos 250 mil dólares.
O grande problema de Tim Bergling parece ter sido o alcoolismo que lhe atacou o pâncreas. No meio do auge de sua carreira foi obrigado a parar de tocar para ser internado, a primeira vez por pancreatite e a segunda para operar o apêndice.
Ao invés de fazer uma pausa para se recuperar fisicamente, o DJ continuou a fazer suas apresentações. Sentia dores e grande ansiedade durante as gigs. Em um certo momento ele resolveu cancelar as apresentações e o filme mostra a reação de seu empresário, considerado por muitos um grande catalizador dos problemas de saúde de Avicii.
Avicii: True Stories revela o tormento do músico e sua impossibilidade de lidar com a ansiedade e a depressão, apesar de todo o sucesso. Em 2016 resolveu se aposentar e se concentrar no trabalho em estúdio, mas dizia que talvez um dia pudesse voltar a tocar.
A carreira de Avicii começou com a vitória em uma competição do programa de Pete Tong, em 2008. Em 2011 ele já era um dos grandes do house progressivo, principalmente depois do hit Levels. Em 2012 ele fez a primeira turnê mundial. Em 2013 lançou o single Wake me Up, uma faixa que mistura música dance e country, no festival Ultra de Miami.
Em 2015 o cansaço começou a causar problemas físicos e mentais ao DJ. Depois de mais de 800 apresentações em poucos anos o estresse, a ansiedade e os problemas de saúde passaram a prejudicar sua carreira. Após uma pausa de oito meses, em março de 2016 Avicii se apresentou no Ultra Miami novamente. Dez dias depois ele anunciou sua aposentadoria das pistas. Sua última gig foi em Ibiza, em 28 de agosto de 2016.
Avicii: True Stories é uma oportunidade única de reflexão sobre o modus operandi da engrenagem da noite e o sucesso estrondoso da EDM.
Quem conhece essa indústria sabe que nem tudo é festa na fábrica de produção de festas. Há os que evitam o estrelato e a aproximação da música pop, mantendo-se no “underground” das pistas. De uma forma ou de outra a música de pista é uma indústria por si só, com seus percalços, dificuldades, dramas e milhares de dólares.
Avicci, ou Tim Berlinger, parecia não estar mais interessado na interação com a platéia e nem nos dólares envolvidos. Infelizmente o afastamento das pistas não lhe trouxe a paz almejada. No dia 20 de abril de 2018 ele tirou a própria vida durante uma viagem de lazer. Blogs na internet afirmam que ele havia voltado a beber.
Avicii: True Stories é um ótimo documentário e foge do que poderia ser mais um veículo de adoração de um ídolo pop.