Obra de arte biohíbrida é criada a partir de algoritmos de inteligência artificial alimentados por organismos vivos
A dupla Cesar & Lois acaba de ganhar o prêmio Lumen Prize BCS Artificial Intelligence Awards 2018. Composta pelo brasileiro Cesar Baio e pela americana Lucy HG Solomon, a dupla de artistas criou uma instalação biohíbrida envolvendo fungos, inteligência artificial e rede social.
A obra Culturas Degenerativas é uma reflexão sobre a atuação do ser humano sobre a natureza. Um aparato tecnológico criado por eles monitora a ação de fungos sobre um livro e remete essa movimentação para algoritmos. Estes algoritmos vão procurar textos sobre o desejo humano de controlar a natureza e vão modificá-los de acordo com os dados enviados pelos fungos.
A partir da deterioração das páginas do livro, novas frases vão se formando. Essas frases são tuitadas na conta Hello Fungus da rede social.
Essa rede bio-digitial é uma metáfora da inclinação da humanidade para dominar a natureza.
Cesar Baio faz uma provocação colocando a seguinte questão: “Como podemos responder a um momento histórico em que a existência física e simbólica da humanidade é desafiada tanto pelas mudanças climáticas quanto pela inteligência artificial? Através de uma arte biohíbrida, ’Culturas Degenerativas sugere a necessidade de um modo de ver o mundo não antropocêntrico e, potencialmente, menos humano”.