Santiago Sierra, artista espanhol, mostra as mazelas do capitalismo e da globalização
Santiago Sierra recusa maior prêmio espanhol para as artes
O controverso artista plástico espanhol Santiago Sierra recusou em novembro o maior prêmio espanhol para as artes. Sierra postou em seu próprio site na internet uma carta ao ministro da cultura espanhol, Ángeles González-Sinde, agradecendo aos outros artistas e aos membros do júri por escolher seu nome para o prêmio que tem uma quantia de 41 mil dólares em dinheiro, além do prestígio adquirido por quem é eleito. Para Sierra “este prêmio instrumentaliza o prestígio do ganhador em benefício do estado”. O artista acredita que o estado não está trabalhando para o bem da coletividade e, ainda, a Espanha está “participando ao lado de impérios criminosos em guerras dementes” e “doa com facilidade o dinheiro do povo para os bancos”.
O artista escreveu ainda em seu website as palavras “saúde e liberdade” e “o estado não somos todos nós”, “O estado são vocês e seus amigos. Não contem comigo entre eles já que sou um artista sério”.
Santiago Sierra tem um trabalho que causa bastante polêmica. Ele usa vídeo e/ou faz instalações evidenciando ironias da economia capitalista e da globalização, pontuando situações de exploração e marginalização.
Em 2007 em Londres, na Galeria Lisson, que o representa, o artista mostrou uma obra feita de um material derivado de excremento humano. Santiago Sierra, que hoje vive no México, foi convidado para representar a Espanha na 50ª edição da Bienal de Veneza. Em sua instalação só podiam entrar aqueles que tinham passaporte espanhol, evidenciando o sistema antiquado de nacionalidade e as exclusões sociais e legais presentes na nossa sociedade.
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