Treta de Karen Bachini era previsível desde quando ela fez um vídeo homofóbico sobre James Charles


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Drag Queen Lorelay Fox também atacou o influenciador americano com acusações homofóbicas – vídeos ainda estão no ar

Quem nunca disse uma bobagem e depois se arrependeu? O problema é que hoje, se a bobagem foi publicada na internet, não tem como apagar, mesmo apagando. Quando a pessoa se dá conta, alguém já fez um cópia e aquilo vai assombrar a criatura para todo o sempre.

YouTubers que tiveram que pedir desculpas são inúmeros. Como esquecer Logan Paul no réveillon de 2017/18? Ele foi ao Japão e visitou a Floresta Aokigahara, também conhecida como “Floresta dos Suicidas”. Lá avistou uma pessoa que havia acabado de se matar. Não teve dúvidas, fez as imagens, inclusive deu risada, e ainda anunciou, momentos antes de publicar o vídeo, que estaria mudando a história de internet.

Realmente ficou para a história, mas não da maneira como ele imaginou. Uma celeuma de críticas bombardearam a internet logo após a publicação do vídeo. Logan Paul acabou removendo a publicação de seu canal e apresentou um outro vídeo, dessa vez se desculpando. Foi o fim de seu canal de vlogs, ele acabou se recuperando, mas sua reputação ficou manchada. Hoje ele tem um podcast e faz lutas de box e MMA.

Em 2019 aconteceu um outro episódio de muita repercussão na plataforma YouTube. Foi com o influenciador de maquiagem James Charles. Ele foi atacado por dois colegas influenciadores, Jeffree Star e Tati Westbrook. Tati inicialmente fez um vídeo postado nos Stories de seu Instagram. Nesse vídeo ela aparece chorando e reclamando de um amigo que ela não disse quem era. O chororô era porque o tal amigo fez uma publi de um produto concorrente do seu, uma vitamina que supostamente deixaria as pessoas mais “belas”.

James pediu desculpas publicamente a Tati por ter feito o acordo com a empresa concorrente. Na verdade ele não deveria nem ter pedido desculpas, já que não trabalhava para a empresa de Tati, ou seja, não havia nenhum tipo de contrato com ela. Tati não se fez de rogada e postou o vídeo Bye Sister, completamente homofóbico, falando da vida pessoal de James Charles, a qual não lhe diz respeito e não tem nada a ver com o tema da publi de vitaminas. Tati Westbrook chamou James Charles de “predador sexual” termo usado em cura gay. Infelizmente o público acabou se voltando contra James Charles, de início, numa semana que também ficou na história da internet.

Posteriormente tudo acabou se resolvendo e o público entendeu que Tati Westbrook não só não tinha do que reclamar do amigo em relação à publi, como é uma pessoa fofoqueira, homofóbica e invejosa. James Charles chegou a perder 3 milhões de inscritos em seu canal, em poucos dias. Posteriormente recuperou e ultrapassou esse número com novos inscritos. Tati Westbrook dobrou o número de inscritos em seu canal, naquela semana. No entanto os inscritos não engajam, eram pessoas apenas movidas pela treta. Hoje ela continua com muitos inscritos, mas seu conteúdo não tem repercussão nenhuma. Ela nunca mais chegou a receber um bom fluxo de novos inscritos e perdeu rapidamente mais de um milhão de inscritos que ela tinha conseguido com a treta.

Bom lembrar que Jeffree Star, campeão de barracos desde a época do MySpace, estava do lado de Tati Westbrook e ajudou a difamar James Charles. Tempos depois Jefree Star foi desmascarado por muitas pessoas que estiveram perto dele ao longo dos anos. É persona non grata no mundo dos influenciadores.

Hoje, tanto Tati como Jeffree continuam como YouTubers, mas nunca mais tiveram o grau de popularidade que tinham antes desse episódio. James continua sendo um dos maiores YouTubers de maquiagem e acabou passando por essa fase sem grandes danos em termos de público. Claro que o saldo da experiência, do ponto de vista emocional, deve ter deixado cicatrizes. Na semana do escândalo, em maio e 2019, ele disse que chegou a pensar em suicídio.

Porque estou relembrando esse caso? Na época eu era fã desses influenciadores e observei muito a repercussão, principalmente aqui no Brasil. Não esqueço que, entre os influenciadores brasileiros, quem apoiou o linchamento homofóbico de James Charles foi a drag queen Lorelay Fox. Ela embarcou totalmente na fofoca mentirosa de Tati Westbrook e se pôs a criticar James, evidentemente sem checar fatos.

Bom lembrar que Lorelay jamais conheceu James Charles ou Tati Westbrook. Seu ímpeto de falar sobre o assunto foi apenas o de conseguir uma carona no assunto das trends do momento e obter muitas visualizações. Fico constrangida em ver uma drag queen que critica uma pessoa LGBTQ+, principalmente sem nem saber do que se trata. O vídeo ainda está na internet, afinal Lorelay quer continuar lucrando com as views que lhe traz o nome de James Charles, YouTuber com mais de 23 milhões de inscritos em seu canal.

Entre outros equívocos, Lorelay defende terapia de conversão gay, usa o termo “predador sexual” para se referir a James Charles e, claro, para se beneficiar em algum argumento, cita outro vídeo oportunista de YouTuber brasileiro, também pegando carona nas trends daquela semana: um vídeo da blogueira Karen Bachini. Ela também criticou James Charles e embarcou na fofoca homofóbica de Tati Westbrook a qual, hoje, continua fazendo videozinhos de maquiagem, iguais aos de 2015, 2014, 2013 e 2012. Tati nunca mais teve a visibilidade que conseguiu naquele fatídico maio de 2019.

Bachini continuou sua carreira de YouTuber de maquiagem, depois de ajudar a linchar virtualmente uma pessoa da comunidade LGBTQ+. Mas aqui no Brasil nem todo mundo entendeu direito o que estava acontecendo.

Qual não é minha surpresa quando vejo a influenciadora sendo cancelada, quatro anos depois de embarcar nas mentiras e difamação de Tati Westbrook, apenas para conseguir visualizações.

Karen Bachini está sendo cancelada depois que teve uma treta com outra influenciadora, a drag queen Ismeiow. O centro da discórdia é o discurso de Karen reclamando da rotina como criadora de conteúdo, dizendo que sofre muito para postar vídeos três vezes por semana, sendo que por esse trabalho a blogueira ganha pelo menos 50 mil reais por mês, entre receita de anúncios do YouTube e contratos com empresas patrocinadoras.

A cereja no topo do bolo foi a participação de Karen no podcast DiaCast onde ela comentou sobre a suposta felicidade de um povo que vive numa ilha que ela não citou qual é. Essas pessoas, segundo Karen, são muito pobres, só tem arroz para comer, mas são muito “felizes” e fazem oferendas diariamente. Romantizou a pobreza que ela desconhece.

Interessante que ela foi achar gente pobre do outro lado do mundo, quando no centro de São Paulo, e no Brasil inteiro, existem diversas pessoas vivendo em situação de rua, sem ter o que comer. Mas Karen achou o “pobre feliz” lá numa ilha remota, bem longe do Brasil.

Karen publicou um vídeo pedindo desculpas por seus comentários sem noção, mas a derrocada continua. Na sequência, uma ex-funcionária desabafou na internet citando assédio moral e psicológico por parte da ex-chefe, num imbróglio que acabou na justiça. O vídeo da ex-funcionária chega a ser difícil de ver.

Até quando o público vai continuar apoiando esse tipo de “influenciador”?

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