Plataforma de newsletters tem apresentado prejuízos astronômicos
Quando de repente você vê uma subcelebridade gritando aos quatro ventos que uma plataforma é maravilhosa, desconfie… Pode até parecer que é um criador de conteúdo como você, apenas querendo mostrar seu trabalho, mas não é não, viu?
É bem possível que a criatura esteja na folha de pagamentos de tal plataforma, principalmente se for uma dessas que ninguém nunca ouviu falar, tipo a Substack.
Newsletter, serviço de envio de emails para uma lista de assinantes, é um produto da era paleozóica da internet que estão tentando vender como se fosse a web 8.0. O próprio Twitter lançou a sua, a Revue, uma plataforma que era muito boa, mas não deu resultado, isso antes do Elon Musk entrar.
Como a WeWork, que se dizia uma empresa do “vale do silício”, mas era um dos negócios mais antigos do mundo: aluguel de imóvel, tem startup vendendo plataforma de newsletter como se fosse a maior novidade.
Colocaram um roupinha bonitinha para newsletter, uma das ferramentas mais antigas da internet. A “tendencinha” surgiu com uns jornalistas enfadados que resolveram enviar entre eles seus textinhos por email durante a pandemia, mas já cansou. As pessoas se irritam com email e muitas vezes até reportam como spam pois esquecem que assinaram. Imagina você no Uber, atrasado para três compromissos, o trânsito parado e você abre o email para um texto sobre uma pessoa pra lá de chata falando de cigarros? Você descadastra na hora…
Em 2020 o Substack pagou gente bem graúda para fazer newsletter e não deu certo. Pessoas famosas como o Tiago Leifert. Entre na página dele no Substack e você verá que está abandonada. Não pagaram mais cachê para ele dizer que a plataforma é maravilhosa? Agora estão pagando subcelebridades mais baratas porque a empresa está dando prejuízo e não conseguiram mais arrecadar dinheiro de investidor.
Corra, fuja: você está escrevendo grátis e está trabalhando como promotor e divulgador de plataforma de graça. Você está apenas beneficiando inventor de startup milionário sem receber nada em troca.
Faça sua própria lista de emails e envie para seus amigos, coloque o texto em todas as suas redes sociais e você terá muito mais retorno. O tempo que você iria usar para divulgar a marca dos outros, use para engajar usando seu próprio nome.
A pergunta que deve ser feita em relação a esses novos “negocinhos da China” é “qual o modelo de negócio” da plataforma, isso tem como dar certo? E o principal: você vai ganhar alguma coisa com isso? O que? Quanto? Em quanto tempo?
Não tem almoço grátis. A subcelebridade de repente aparecendo no seu feed pedindo like em troca de like é uma funcionária da plataforma e ganha remuneração para pagar os boletos, só que você não sabe disso. Você não ganha nada e ainda perde seu tempo divulgando o negócio dos outros e se frustrando porque ninguém te paga pelo teu trabalho. Ou pior, de uma hora para outra a tal plataforma pode falir e tudo que vc fez vai pro brejo. Todos os textos e toda a comunidade que você construiu. Você não merece isso!
Veja abaixo matérias na imprensa internacional sobre os prejuízos da empresa e os milhares de casos de demissão:
Substack demite 14% de ses empregados – Variety
Quanto você acha que a Substack perdeu de dinheiro no ano passado? – The Verge