Rio de Janeiro tem o primeiro bar tiki do Brasil


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Big Kahuna, no Rio, é o primeiro tiki bar brasileiro

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Fica no Rio de Janeiro o primeiro bar tiki do Brasil. Iniciativa da consultora de moda Karina Scurza e do publicitário Sergio Neves, o Big Kahuna fica em Botafogo, adjacente à loja Boneyard que vende livros, posters e objetos vintage, além de peças típicas da cultura tiki como os “mugs”, canecas em formato de totem polinésio que são objetos venerados e colecionados pelos aficcionados por essa cultura, os tikiphiles.

Uma febre hoje, os bares tiki estão se alastrando pelas maiores cidades do mundo, revivendo uma tendência que foi forte nos anos 50 e bastante representativa da cultura pop americana do pós-guerra. A inspiração é no folclore primitivo da Polinésia com seus totens e máscaras, cerimônias e danças de hula, muita cor e muita flor. Os bares tiki servem drinks super decorados e elaborados principalmente à base de rum como os clássicos Mai Tai e Zombie. A trilha sonora divide-se entre surf rock e exótica, estilo que une jazz e subgêneros como swing, jazz latino e bossa nova, além de influências de música étnica, principalmente do Havaí e ilhas do Pacífico.

Uma das maiores experiências em termos de tiki bar no mundo é o Mai Kai de Miami, um restaurante temático que apresenta shows e cerimônias típicas e folclóricas e tem um aquário em tamanho gigante onde dançarinas vestidas de sereias nadam ao som de música exótica. Nova Iorque vive hoje uma febre de bares tiki com a inauguração de vários e o sucesso estrondoso do Otto’s Shrunken Head, aberto em 2002.

O Big Kahuna do Rio de Janeiro evoca o lado de cultura de rua da tendência, com murais inspirados na cultura tiki, pintados pelo grafiteiro Piá. A ênfase aqui é nos drinks, pesquisados pelo mixólogo Deko Cerqueira que prepara os clássicos e cria novidades à la carte, como shots e long drinks refrescantes, sempre decorados com flores, frutas e o onipresente guarda-chuva de papel. Em breve o Big Kahuna vai disponibilizar mugs tiki que serão vendidos junto com os drinks e poderão receber refill por toda a noite.

Funcionando em clima de “soft opening”, o Big Kahuna tem recebido alguns dos tikiphiles mais fervorosos do Rio de Janeiro, como Lia Amâncio e Cid Mesquita que estão se aventurando no ukelele, um pequeno violão, parecido com nosso cavaquinho,  responsável pelo som típico da música havaiana.  Outro tikiphile que já foi conhecer o primeiro bar tiki do Brasil é o compositor Alvin L. Ele conta que curte a cultura tiki desde criança e, anos atrás, participou de festas na casa do produtor musical Liminha onde eram servidos drinks típicos e se ouvia muito surf rock e exótica.

O Big Kahuna não vai deter por muito tempo o título de único bar tiki do Brasil. Está marcada para outubro a inauguração do Lanikai Tiki Bar, em Belo Horizonte. Outro grande aficcionado da cultura tiki, Renato Rossetti, que viveu no Havaí por dois anos e meio, está preparando para os mineiros um bar que vai apresentar uma verdadeira experiência tiki com shows de hula, máscaras e esculturas e todo um projeto arquitetônico criado especialmente com a cultura vintage da Polinésia como inspiração. Tudo estará à venda no Lanikai: as máscaras, as esculturas tiki e os mugs.

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São Paulo ainda não tem um bar tiki, mas os maiores tikiphiles do Brasil são paulistas. O DJ, roqueiro punk e apresentador João Gordo é um deles. Ele promove esporadicamente no CB Bar, na Barra Funda, a festa Tiki Twist onde expõe mugs tiki e toca surf rock.

O artista plástico e DJ MZK, outro adorador da cultura tiki, emprega a inspiração dessa cultura em suas obras e grafites, como os murais da casa noturna Jive, além de inserir muita música exótica em seus sets. Para ele, a cultura tiki abre uma brecha na realidade, transportando para paraisos tropicais indefinidos. É a tentativa de seres urbanos de resgatar um primitivismo distante de forma artificial. Para conseguir essa sensação de liberdade nas grandes cidades alguns elementos são necessários: sons exóticos, decoração luxuriante e drinques pesados a base de rum.

O maior conhecedor da cultura tiki no Brasil é, sem dúvida, o paulistano diretor de cinema Duda Leite que dirigiu Tikimentary, o primeiro documentário do mundo a esmiuçar essa cultura e que já foi exibido este ano nos dois maiores festivais Tiki dos Estados Unidos, o Hukilau (Miami) e o Tiki Oasis (San Diego).  Tikimentary vai ser exibido na 33a Mostra Internacional de Cinema, que acontece em São Paulo de 22 de outubro a 4 de novembro. Sem bairrismos, o super conhecedor da cultura tiki comenta a inauguração do Big Kahuna: “Acho que tem tudo a ver o primeiro bar tiki brasileiro ser no Rio de Janeiro, afinal de contas nenhuma outra cidade brasileira tem mais a ver com o espírito “paraíso tropical” do que o Rio. Além disso, o Rio é também a cidade onde viveu Carmen Miranda, para mim a personagem pop mais tiki do nosso país.” Rio de Janeiro tem o primeiro bar tiki do Brasil

(Leia matéria sobre o primeiro bar tiki do Brasil na Folha de São Paulo)

Big Kahuna
Rua Paulino Fernandes, 7, Botafogo – Rio de Janeiro – Tel: 21-2246-6939

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