Artista vem ao Rio para mostrar sua arte difusa e o toy Hot Cha Cha Cha
O artista plástico americano Gary Baseman faz parte de um movimento artístico bem atual que não vê limites entre a arte mais complexa escolhida para as galerias de arte e a arte das ruas, dos muros, do plástico e da ilustração, mais popular e comercializável. É a arte que apaixona tanto aqueles que querem ver pinturas na parede como também querem comprar o objeto feito pelo artista na loja do museu.
Não é tarefa fácil tentar quebrar padrões tão definidos no que se refere às artes plásticas e o esquema tão hermético de escolha dos curadores de museus e galerias. Por outro lado todo um público que se aproxima de seus artistas preferidos através da internet, tem em Baseman um de seus baluartes.
Gary Baseman traçou sua carreira ao contrário da maioria dos artistas plásticos. Primeiro ele trabalhou em agências de publicidade e como ilustrador, com ilustrações para as revistas New Yorker, Time, e Rolling Stone e o jornal The New York Times. Só depois ele resolveu expor e isso aconteceu pela primeira vez em 1992 em uma galeria do East Village, em N.York.
Entre uma ilustração e um quadro ele também faz desenho animado, como a série Teacher’s Pet da Disney, com a qual ganhou três prêmios Emmy e um Bafta. O desenho é inspirado em seu próprio cachorro, Hubcaps. Um longa metragem de Teacher’s Pet foi realizado em 2003 e por pouco não foi indicado ao Oscar.
Seu trabalho como diretor de arte do jogo Cranium foi eleito “Game of the Year” por dois anos seguidos pela American International Toy Fair.
Ao lado de colegas como Shag, os Clayton Brothers e Mark Ryden, Baseman faz parte de um movimento de contra-cultura que tem como sede Los Angeles, onde ele mora. O termo “pervasive art”, ou arte difusa, foi cunhado por ele e vem definir tudo que se tem produzido em termos de toy art, quadros e produtos desenhados por artistas que têm como base ou inspiração o grafitti, os quadrinhos ou a ilustração. Da mesma forma como seus trabalhos podem ser vistos como produtos, seu imaginário também é difuso, seja com apelo da inocência ou do cinismo.
Com tanta coisa para fazer, Gary ainda arruma tempo para ser um dos artistas de toy art mais venerados, responsável por alguns toys cultuados como Dumb Luck, Dunces, Toby, Gelfite, Pupik, Fire Water Bunnies, entre muitos outros. O último lançamento é a linha de Hot Cha Cha Cha, o diabinho que vem em várias cores.
Escalado para uma mostra coletiva na galeria Choque Cultural, em São Paulo, Gary Baseman aproveita que está no Brasil e vem ao Rio esta semana para conhecer a cidade e encontrar seus fãs, que não são poucos e já estão todos empolgadíssimos. Na próxima sexta, 25 de janeiro, a loja e galeria La Cucaracha vai receber o artista plástico que estará autografando toys, livros ou cartões postais que podem ser comprados lá mesmo ou levados por seus ávidos colecionadores.
A La Cucaracha estará vendendo um número limitadíssimo do toy Hot Cha Cha Cha branco-perolado, do qual só foram fabricados 300. Como todos os toys de Gary, o Hot Cha Cha Cha é baseado nos quadros dele e tem uma historinha. Ele tem 16,5 centímetros e é raro como um albino. Bem, ele é o Hot Cha Cha Cha albino, que tem três patas, é feito de vinyl branco perolado e vem na sua própria caixa/caixão preto. O diabinho rouba as auras dos anjos e suga seu sangue. Ele é fissurado na inocência, mas o demônio não encontra precedentes no céu nem na terra. Você vai achá-lo muito meigo em sua aparência angélica mas não deixe que ele te engane a não mostre as costas para ele.
Gary Baseman lança o Hot Cha Cha Cha no Rio
Sexta, 25 de janeiro, a partir das 20 horas
La Cucaracha – Rua Teixeira de Melo 31, Loja H – Ipanema – Rio
Tel: 21-2522-0103