Coluna Bafo: Daniel Cozta


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Coluna Bafo: Daniel Cozta  

(Entrevista publicada em 16/09/2005) 

Daniel é um dos novos nomes na cena noturna e que vem se solidificando. Dj e produtor da festa Motronic, que acontece mensalmente em S.Paulo, ele foi o convidado da última edição da festa Xarope.

Bafo SP: Como você começou a tocar ?

Daniel Cozta: Comecei a ouvir música eletrônica mais ou menos em 95 e a ir nas festas. Desde então tive vontade de aprender a fazer aquilo que aqueles caras faziam, que pra mim era mágica, mas só fui por a mão numa pick-up mesmo depois que me mudei pra Londres onde comprei duas Geminis e comecei a comprar vinis.

Bafo SP: Bafo SP : Fale-nos da sua noite a Motronic, quando rola a proxima edição?

Daniel Cozta: A primeira edição da Motronic rolou em maio ou junho de 2003, no The Pool Bar em Londres. O Russell Skellon, que faz a noite comigo aqui e o Chris Box que organizavam. Nessa época eu só tocava lá de vez em quando. A Motronic continuou bem por mais ou menos um ano e meio. Depois disso o Russ veio pro Brasil e o Chris começou uma outra festa, a RUN, que hoje é uma das melhores e mais conceituadas festas de minimal de lá. Quando cheguei em dezembro passado, encontrei o Russ meio perdido aqui, as pessoas não entendiam o som muito bem e não chamavam ele pra tocar, então decidimos ressucitar a Motronic em São Paulo. Na primeira edição, tivemos o Portable e o Chris Box, nada mal, e a festa bombou. Desde lá não paramos mais. Uma vez por mês tem festa lá no Inconfidência, e as pessoas estão curtindo o minimal cada vez mais. Acho que o lugar ajuda muito também, faz com que o público se sinta em casa. A próxima edição deve rolar dia 01/10, ainda a confirmar. Podem checar no www.motronic.com.br.

Bafo SP: Conte-nos um pouco da sua experiência como DJ e promoter em Londres.

Daniel Cozta: Como eu disse, eu comecei a tocar lá. Primeiro comprei um cd player duplo e depois comprei as picapes. Demorei um ano pra sair da minha sala e tocar na sala de alguém. Como a maioria dos DJs, me aventurei primeiro nas festinhas dos amigos e quando me dei conta estava tocando nos bares em Shoreditch. Toquei com Jojo de Freuq e Damian Lazarus numa noite, foi o meu momento mais pop por lá (risos). Depois veio a Motronic, e mais festinhas em casa e algumas squats (festas ilegais em lugares abandonados). Um outro amigo nosso, o Kevin, começou a fazer uma festa, a Rush London, na casa dele, pra aproximadamente 200 pessoas, loucura… Toquei lá até a polícia chegar e educadamente pedir pra desligar o gigantesco sound system. Antes de vir embora toquei na Run com Chris Box e Jay Haze, fizemos um back2back bem divertido. Como promoter não fiz muito, eu tinha uma noite chamada Virado, que era de domingo, em um bar no centro da cidade, junto com Chris Box. A festa até que deu certo, mas tive que vir embora e ele não continuou.

Bafo SP: Quem você destaca na cena Minimal ?

Daniel Cozta: No Brasil temos ainda uma cena bem pequena, mas mesmo assim já ví alguns lives que me impressionaram como o Einstein on the Beach, o Tee de BH e o Click Box, que arrasou na última Motronic. DJs também são poucos, mas tenho visto o interesse da galera em misturar faixas de minimal em sets de house e techno. Festas em São Paulo tem, além da Motronic, a Mínima das djéias Clau Assef e Eli Iwasa que fizeram a primeira festa voltada a esse estilo. Outros DJs que estão se dedicando ao minimal são Nicolas Lutz, Antek, Marmitex, Techjum, George Actv, Vitor A, Thiago Salvione. Lá fora a cena tá incrível, nos EUA tem o povo da Foundsound, que eu gosto bastante, fora os minimalistas dos 90 como Daniel Bell, Josh Wink e o próprio Jeff Mills. Acho que nomes como Villalobos e R. Hawtin já estão consagrados e é hora de prestar mais atenção em quem está chegando como Pheek, Someone else, Butane, Jay Haze, Mistake, Mark Henning, Portable e Ali Khan. Sobre as festas, em Londres por exemplo, tem a Run do Chris Box recomendadíssima se alguém estiver passando por lá (www.runsounds.com). Por incrível que pareça, o Fabric também tem noites com line-ups bem minimalistas. E aos domingos (não todos) tem a festa do povo da Underline Records no The End…. isso em Londres. Em Paris tem a Minimal Dancing, festa mensal de minimal. E, claro, fora as festas existem os festivais que estão dando bastante importância ao estilo como o Mutek (canadense) e o Sonar (espanhol).

Bafo SP: Como você vê a cena eletrônica atualmente ?

Daniel Cozta: As pessoas estão mais ligadas em que tipo de música estão ouvindo e vão atrás do estilo que mais gostam. Mas ao mesmo tempo acho que isso limita muito. Eu sempre vou a festas de estilos diferentes, se a qualidade da música é boa me divirto do mesmo jeito. Acho que falta um pouco disso, experimentação. Deixar de ir sempre no mesmo lugar com as mesmas pessoas. Por que não deixar o house ou techno um pouco de lado e ir numa balada de Breaks ou Nujazz??

Bafo SP: DJs favoritos ?
Cabanne, Mossa, John Tejada, Jerome Hill, Someone Else, não necessariamente nesta ordem.

Bafo SP: Chart com 5 musicas

Daniel Cozta:
Metro Area Miura – Let’s Go Deep
Melchior Productions – Ride
Mathew Dear El Ordenador – Personal
Alex Under – Plus One
Duplex 100

Bafo SP: Quais seus projetos para o futuro?

Daniel Cozta: Motronic continua firme e forte e vamos preparar uma festa de aniversário de um ano que vai ser um absurdo. tudo mundo convidado. A longo prazo espero que o projeto cresça e que eu possa trazer grandes nomes pra galera curtir.

Bafo SP: Bafo SP : Como te contratar?

Daniel Cozta: Pelo site www.motronic.com.br ou no email: danielcozta@gmail.com

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