Versace é vendida ao Grupo Prada


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Versace Fall 2025

250 milhões de euros foram alocados para o relançamento da marca


A grife Versace foi vendida ao grupo Prada por 1.25 milhões de euros. O burburinho da venda já estava acontecendo desde os desfiles das coleções de outono inverno 2025-2026. Na época já havia sido divulgado que Donatella Versace deixaria a direção criativa da marca. No início de abril foi divulgado que Dario Vitale, da Miu Miu, assumiria a direção criativa da marca criada por Gianni Versace em 1978. Após o assassinato de Gianni em Miami em 1997, sua irmã Donatella assumiu a direção criativa da marca.

Em uma jogada estratégica para revitalizar a marca, a Prada planeja um investimento significativo de 250 milhões de euros focado no relançamento da Versace e no aumento de sua presença no mercado.

Essa aquisição ocorre em um momento crucial para a Versace, que tem enfrentado desafios nos últimos anos, lutando para competir com marcas de luxo tradicionais maiores e bem estabelecidas desde sua aquisição pela empresa controladora da Michael Kors, Capri Holdings, em 2018. A marca teria se tornado deficitária em 2024, destacando ainda mais a necessidade de reinvestimento estratégico em meio a uma desaceleração global nas vendas de bens de luxo.

Apesar das atuais incertezas econômicas globais, incluindo a volatilidade do mercado decorrente das tensões comerciais, o Grupo Prada está demonstrando confiança no potencial de longo prazo da Versace. Embora o mercado de luxo mais amplo enfrente potenciais obstáculos que podem impactar até mesmo marcas fortes como a Prada, além daquelas em processo de transformação como a Versace, a liderança da Prada acredita que adicionar uma das mais prestigiadas casas de moda da Itália ao seu portfólio é um imperativo estratégico.

Esse investimento significativo sinaliza o compromisso da Prada em dar um novo fôlego à Versace, aproveitando sua própria expertise e recursos para restabelecer a Versace como uma força líder na indústria de moda de alta qualidade. Analistas da indústria observarão atentamente como o investimento estratégico da Prada irá remodelar o futuro da Versace e sua posição competitiva dentro do mercado global de luxo.

A aquisição da Versace representa um desafio para o grupo Prada, liderado por Miuccia Prada e seu marido Patrizio Bertelli, mas pode abrir novas oportunidades de crescimento além das marcas principais Prada e Miu Miu, além de ajudar a evitar a consolidação por parte dos grupos franceses LVMH e Kering. A Prada vê a Versace como uma adição complementar com significativo potencial de crescimento inexplorado.

As receitas estimadas da Versace caíram 19% para US$ 810 milhões no ano fiscal encerrado em março, e a marca espera atingir o ponto de equilíbrio até março de 2026 após registrar perdas operacionais no último ano. Para revitalizar suas coleções, a Versace nomeou Dario Vitale, ex-designer da Miu Miu, como seu novo diretor artístico. No entanto, a nomeação levanta preocupações sobre a potencial canibalização das vendas da Miu Miu, que está em rápido crescimento.

A aquisição testará os esforços recentes da Prada para profissionalizar sua governança e operações. Nos últimos cinco anos, a empresa acelerou seus planos de sucessão, nomeando novos CEO, CFO e vice-presidente. As vendas do Prada Group continuaram a crescer, impulsionadas principalmente pela Miu Miu.

A Capri Holdings, antiga proprietária da Versace, buscava se desfazer da marca para focar na recuperação da Michael Kors, após o fracasso de um acordo de venda para a Tapestry. A venda da Versace para a Prada por um preço inferior ao pago em 2018 permitirá à Capri reduzir sua dívida líquida e se livrar de uma unidade deficitária.

Confira o último desfile da Versace sob a direção criativa de Donatella:

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