Mads Brügger desmascara esquema de exploração e venda ilegal de diamantes na África
Ele seguiu os passos de Borat e foi além. O cineasta dinamarquês Mads Brügger chamou inicialmente a atenção do público internacional com o documentário satírico The Red Chapel que lhe rendeu o prêmio especial do juri na categoria World Cinema do festival Sundance de 2009. No filme o próprio Brügger, além de dois comediantes dinamarqueses de origem asiática, vão à Coréia do Norte num projeto de intercâmbio cultural e fazem uma turnê de shows de comédia. Imagens de câmeras secretas e entrevistas hilariantes bem no estilo Borat ou Michael Moore, mostram uma irônica visão de um dos regimes mais totalitários do mundo.
Com o recém lançado The Ambassador, que pode ser visto na internet de graça no portal VOD Mubi, Mads Brügger se supera e, apesar de toda ironia do personagem que ele encarnou para se infiltrar em um país de regime conturbado, o resultado é soturno. O cineasta se faz passar por um empresário dinamarquês que compra um título de cônsul honorário de um país africano, a Libéria, para poder se estabelecer na República Centro-Africana, outro dos países mais pobres da África.
Com o pretexto de abrir uma fábrica de fósforos ele instala temporariamente seu “consulado” em um quarto de hotel. Desde o início seu verdadeiro propósito é revelado: ele quer o título de cônsul para poder entrar e sair livremente da África transportando em sua maleta de executivo diamantes e grandes quantidades de dinheiro, regalia que só os diplomatas possuem.
O filme acompanha as reuniões do suposto cônsul da Libéria com altos funcionários do governo da República Centro-Africana, mostrando descaradamente as falcatruas dos políticos corruptos. O cineasta encarna o pior de todos os personagens para mostrar como funciona o esquema e isso é realmente assustador, já que passa do relacionamento entre entrevistador e entrevistado. Na verdade The Ambassador é produto de uma ação de espionagem.
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