Violoncelos e disco music – Simon Lee conta como começou o Faze Action


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Viloncelos e disco music: Simon Lee conta como começou o Faze Action

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Simon Lee conta como começou o Faze Action

O projeto dance de Simon e Robin Lee existe desde os anos 90 e sempre esteve associado à disco music. Agora que a disco está em evidência novamente, eles estão cada vez mais influenciando toda uma geração de produtores. Stratus Energy, álbum lançado em 2009, tem faixas nos sets de DJs de vários estilos, no mundo todo, e é uma unanimidade. 


Recentemente lançaram The Nu Sound of Disco, um EP de ferramentas para produtores com samples e loops escolhidos no próprio acervo do Faze Action. Essas sonoridades servem para ajudar quem quer produzir música disco de qualidade.

Novos remixes de faixas do Faze Action, que estão no EP Faze Action Remixed, estão no topo da parada de downloads do portal Juno, a maior plataforma de venda de música dance na internet mundial. Uma dessas faixas é produzida pelo brasileiro Benjamin Ferreira (a.k.a. Boogie Central). Um novo álbum está no forno e o Faze Action deve mostrar algumas demos das novas faixas nos sets das festas do Rio, São Paulo e Belo Horizonte.

É a primeira vez que Simon e Robin vem ao Brasil e eles estão bastante entusiasmados com a viagem. Pretendem fazer o circuito normal de turista, com direito a samba, pandeiro e batucada, “muito opricado” e outras pérolas do português dito pelos gringos.

Simon conta com exclusividade para o Bitsmag como foi que produziu o primeiro álbum do Faze Action em parceria com o irmão Robin que, na época, meados dos anos 90, morava no Japão: 

“Eu trabalhava numa loja de discos no Soho, em Londres. Nós vendíamos principalmente reggae no andar de cima e no andar de baixo estavam as novidades. A gravadora Mo Wax estava super em alta na época, isso foi entre 1993 e 1996. Eu trabalhava com Pete Herbert (Reverso 68) e estávamos expostos a muita música que eu queria tocar.

Pete uma vez me disse que eu deveria produzir o que eu queria tocar. Eu não sabia como começar, mas Robin, meu irmão, tinha acabado de se formar na Goldsmiths (conhecida escola inglesa de artes e música) e estava para se mudar para o Japão. Nós conversamos, eu tinha umas ideias e ele tinha a teoria musical para trabalhar essas ideias e foi assim que começou. Terminamos a faixa logo antes dele embarcar para o Japão e pensávamos que não ia acontecer nada muito significativo. Mas eu acabei conhecendo Dave Hill que estava querendo lançar o Nuphonic e havia um ano que ele procurava a faixa certa para estrear o selo. Nós tínhamos o mesmo gosto musical e a paixão por colecionar faixas antigas de disco music. Eu entreguei a ele um DAT com a nossa música Original Disco Motion e foi assim que tudo começou. Essa foi a gênese da nu disco, aproximadamente 1994 e 1995.   

A faixa foi bem e Dave da Nuphonic pediu uma nova música. Nessa época estávamos bastante interessados por Arthur Russell e toda a influência de N.York. Tivemos a ideia de juntar o som de violoncelos com a sonoridade da disco. O violoncelo foi o primeiro instrumento que Robin aprendeu a tocar. Então foi assim que produzimos  In The Trees e isso foi antes da internet, então a gente gravava em fita e Robin já estava morando no Japão. A gente se correspondia pelo correio, nós mandávamos parte da música para o Japão, aí esperávamos algumas semanas pela trilha do Robin, escrita a mão e no final colocamos o violoncelo, que foi tocado pelo professor de Robin. Naquele ano Robin voltou à Inglaterra para o Natal e finalizamos o álbum Plans and Designs com muitos músicos tocando ao vivo no estúdio.”

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