"Californication" é o nome da nova série produzida pelo ator e é também título do conhecido álbum dos Peppers
O ótimo nome do ótimo seriado Californication, que é estrelado e produzido por David Duchovny (o Fox Mulder de Arquivo X) e está em exibição no Brasil no canal Warner (terças às 22h), é agora pombo da discórdia e pode render uma boa briga nos tribunais. A banda californiana Red Hot Chili Peppers está reivindicando a posse da palavra “californication” e entrou com processo contra os produtores do seriado e o canal Showtime.
O nome tem realmente tudo a ver com o seriado que conta a história do escritor novaiorquino Hank Moody que se muda para Los Angeles atrás da ex-esposa e da filha. Como se pode imaginar o escritor de meia idade (e boa pinta) dorme cada dia com uma mulher diferente e vive atormentado por um bloqueio criativo. Com bom humor, ótimo roteiro e a boa atuação de Duchovny, Californication representa um retorno em grande estilo do ator à televisão. A série é bem picante e tem provocado bastante controvérsia.
No entanto os Red Hot Chili Peppers resolveram processar o canal americano Showtime, produtor da série ao lado de David Duchovny, por entenderem que a palavra “californication” é uma assinatura da banda e representa um dos álbuns mais importantes de sua carreira. O seriado portanto estaria “roubando a identidade” dos Red Hot Chili Peppers.
Acontece que a palavra “californication” não foi inventada pelos Red Hot Chili Peppers. David Duchovny, em entrevistas recentes, tem dito que viu a palavra num adesivo bem humorado no estado do Oregon, norte dos Estados Unidos. O adesivo dizia: “Don’t Californicate Oregon" e isso aconteceu nos anos 70 ou 80, uma época em que muitos californianos estavam se mudando para lá. Pela mesma época, mais especificamente em 1984, a banda J.Geils Band lançou a faixa Californicatin no álbum You’re Gettin’ Even While I’m Gettin’ Odd.
Pelo que se vê, além de simplesmente gerar mais visibilidade tanto para a banda quanto para o seriado, o tal processo não deve dar em nada. É mais uma dessas manobras marqueteiras desesperadas em tempos de “deus nos acuda” da indústria fonográfica…