
Vinte filmes estão na programação do evento que trás ao Brasil como convidada a atriz Isabelle Huppert
Vai até 10 de dezembro o 16º Festival de Cinema Francês do Brasil, aquele que já foi chamado de Festival Varilux de Cinema Francês. São 20 filmes, todos com passagem pelos maiores festivais de cinema do mundo, como Cannes e Veneza.
Além da programação de filmes o festival traz ao país uma delegação de artistas franceses de peso, encabeçada pela atriz Isabelle Huppert, considerada por muitos críticos de cinema, de várias nacionalidades, como uma das maiores atrizes de cinema de todos os tempos.
Além de madame Huppert o evento traz os atores Bastien Bouillon e Salif Cissé, as diretoras Fabienne Godet e Valérie Donzelli e os diretores Victor Rodenbach e Jean-Claude Barny, além do ator e diretor Pierre Richard que é o homenageado desta edição do evento.
Em alguns locais de apresentação de filmes, como a cadeia Cinesystem e o Estação Net no Rio de Janeiro, o festival apresenta obras em Realidade Virtual.
Entre as produções, poderão ser vistas obras de diretores consagrados como O Estrangeiro, de François Ozon e Jovens Mães, dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne; de cineastas reconhecidos como Vizinhos Bárbaros, de Julie Delpy; Mãos à Obra, de Valérie Donzelli – vencedor do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza 2025; O Apego, de Carine Tardieu e 13 Dias, 13 Noites, de Martin Bourboulon. Ou da nova geração como O Segredo da Chef, de Amélie Bonnin – que abriu o Festival de Cannes 2025 – e Os Bastidores do Amor, de Victor Rodenbach.
Isabelle Huppert faz o papel de Marianne Farrère, uma personagem inspirada em Liliane Bettencourt, dona da LÓreal em A Mulher Mais Rica do Mundo.
Omar Sy e Vanessa Paradis estão em Fora de Controle, Bastien Bouillon em Mãos à Obra e O Segredo da Chef, Pio Marmaï em O Apego, Roschdy Zem em 13 dias e 13 noites e Eu, Que Te Amei.
Para apresentar os filmes desta edição, oito convidados estarão em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde participam de sessões com debate com o público. Isabelle Huppert apresenta seu novo longa-metragem A Mulher Mais Rica do Mundo (La Femme la plus riche du monde), de Thierry Kliffa. Depois de abrir o evento no Rio Isabelle estará em Salvador no dia 5 de dezembro para uma pré-estreia do filme.
Premiada com o BAFTA, César e Globo de Ouro e com 163 filmes e 19 prêmios no currículo, Huppert é reconhecida por sua capacidade de interpretar personagens complexos, ambíguos e desafiadores, sendo considerada uma atriz que “se torna autora” de seus papéis, dando uma contribuição significativa e pessoal aos personagens. Desde sua estreia em 1971, manteve uma presença constante e relevante no cinema, trabalhando com reconhecidos diretores em filmes franceses e internacionais, como A Professora de Piano, de Michael Haneke; 8 Mulheres, de François Ozon; Mulheres Diabólicas, de Claude Chabrol; Elle, de Paul Verhoeven, pelo qual foi indicada ao Oscar em 2017.
Pierre Richard é o homenageado desta edição do Festival de Cinema Francês do Brasil. Lenda viva da comédia na França, o renomado ator, diretor e roteirista apresenta o longa Sonho, Logo Existo (L’homme qui a Vu L’ours qui a Vu L’homme), distribuído pela Bonfilm, que marca seu retorno à direção após quase 30 anos.
Ele será celebrado com uma retrospectiva com quatro filmes que marcaram sua trajetória no cinema: A Cabra (La Chèvre), O Brinquedo (Le Jouet) e Os Fugitivos (Les Fugitifs), de Francis Veber; Loiro, Alto e de Sapato Preto (Le grand blond avec une chaussure noire), de Yves Robert; Um Sopro entre os Dentes (Un nuage entre les Dents), de Marco Pico.
A Programação
Comédia, suspense, drama ou animação. Os filmes da programação trazem histórias diversas que abordam questões familiares, retratam situações e momentos difíceis que irão impactar seus personagens e podem inclusive transformar suas vidas.
Vencedor do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes 2025, o novo filme dos irmãos Dardenne – conhecidos por suas produções realistas e socialmente engajadas – Jovens Mães (Jeunes Mères), da Vitrine Filmes, aborda o desafiador cotidiano de cinco adolescentes e seus filhos pequenos em um abrigo. Estrelada por Babette Verbeek, Elsa Houben e Janaïna Halloy Fokan, a produção acompanha a luta das jovens em busca de uma vida melhor para si mesmas e seus filhos, enquanto lidam com questões como conflitos financeiros e familiares. O roteiro do longa, que também ganhou o Prêmio Ecumênico, também é assinado pelos irmãos belgas.
Já o drama 13 Dias, 13 Noites (13 jours, 13 nuits), da California Filmes, é ambientado em Cabul, no Afeganistão, em agosto de 2021 e inspirado em uma história real. Enquanto as tropas americanas se retiram, os Talibãs tomam a capital e milhares de afegãos buscam refúgio na Embaixada da França, protegida pelo comandante Mohamed Bida e seus homens. Cercado, ele negocia com os Talibãs para organizar, com a ajuda de Eva, uma humanitária franco-afegã, um último comboio em direção ao aeroporto. Dirigido por Martin Bourboulon, a produção é estrelada por Roschdy Zem, Lyna Khoudri e Sidse Babett Knudsen.
Eu, Que Te Amei (Moi qui t’aimais), distribuído pela Autoral, tem direção de Diane Kurys, e acompanha a atribulada história do icônico casal do cinema francês Yves Montand (Roschdy Zem) e Simone Signoret (Marina Foïs). Assombrada pelo caso de seu marido com a atriz Marilyn Monroe e ferida por todos os que vieram depois, Signoret sempre recusou o papel de vítima: o que eles sabiam é que nunca se separariam.
O Estrangeiro, de François Ozon, que inspira a identidade visual desta edição do festival, tem como protagonistas Benjamin Voisin e Rebecca Marder. Distribuído pela California Filmes, o drama, em preto e branco, é baseado no livro de Albert Camus, publicado em 1942. O ator vive Meursault, um francês que vive na Argélia e que parece indiferente à vida, às convenções sociais e à morte e que, após matar um árabe sem motivo aparente, é julgado e condenado. Seu julgamento vai questionar tanto o crime como a sua natureza, tudo isso no contexto da França colonialista da primeira metade do século XX. O livro de Camus é considerado quase inadaptável ao cinema. Desde Luchino Visconti, em 1967, ninguém mais se arriscou a adaptá-lo.
Dirigido por Carine Tardieu, O Apego traz uma mulher independente e sem vínculos que acaba compartilhando da intimidade do vizinho. O fato irá mudar sua vida. Distribuído pela Bonfilm, o longa conta com Valeria Bruni Tedeschi, Pio Marmaï, Vimala Pons no elenco. Também da Bonfilm, o thriller Mercato, os donos da bola, de Tristan Séguéla, mergulha nos bastidores do futebol para falar da indústria que fatura milhões. Os atores principais são Jamel Debbouze, Monia Chokri e Hakim Jemili.
Outro suspense, Operação Maldoror, de Fabrice du Welz, tem Antony Bajon e Sergi Lopez como protagonistas. Da California Filmes, traz a história do desaparecimento de duas jovens na Bélgica, que abala a população e desencadeia um frenesi midiático sem precedentes.
A comédia Vizinhos Bárbaros, de Julie Delpy, conta como a vida tranquila de moradores de uma cidade é abalada após um gesto de solidariedade: a chegada de refugiados. Com Julie Delpy, Sandrine Kiberlain e Laurent Lafitte, a produção é da Synapse Distribution.
Premiado com o Valois de Música de Filme no Festival do Cinema Francófono de Angoulême, Uma Jornada de Bicicleta, de Mathias Miekuz, traz uma história de amizade. Dois amigos refazem o percurso de bicicleta do Atlântico ao Mar Negro, onde o filho de um deles desapareceu tragicamente. Distribuído pela Bonfilm, estão no elenco Mathias Mlekuz, Philippe Rebbot e Josef Mlekuz.
Estrelado por Omar Sy – rosto conhecido do Festival de Cinema Francês do Brasil desde o estrondoso sucesso de Intocáveis (2011) – Fora de Controle, de Anne Le Ny, explora temas universais como o amor, o ciúme e as consequências das escolhas, mergulhando na vida do casal em crise, Julien (Omar Sy) e Marie (Elodie Bouchez), após 15 anos de casamento. Na trama, quando o grande amor de juventude de Julien, Anaëlle (Vanessa Paradis) reaparece, Marie entra em pânico. Com ciúmes e um comportamento de autodepreciação, ela se envolve com Thomas (José Garcia), que se revelará manipulador e perigoso. A distribuição no Brasil é da Califórnia Filmes.
A comédia dramática Era Uma Vez Minha Mãe, também da Califórnia Filmes, apresenta uma história real sobre o amor incondicional de uma mãe por seu filho. Adaptado do romance autobiográfico de Roland Perez, o longa acompanha a trajetória do jovem Roland, que nasce com pé torto e não consegue andar. Contra a opinião de todos, sua mãe Esther lhe promete uma vida normal e maravilhosa, e luta a vida inteira para cumprir essa promessa.
O animado Maya, Me Dê Um Título, de Michel Gondry, conta a história de pai e filha que vivem em dois países diferentes. Para manter o vínculo com ela, o pai pede que a menina conte uma história todas as noites. A produção também será trabalhada em sessões educativas.
Distribuído pela Bonfilm, Sonho, Logo Existo, de Pierre Richard, conta com o diretor no elenco, além de Timi-Joy Marbot e Gustave Kervern. De gerações diferentes, dois homens se veem unidos pela amizade, pelo amor à natureza e por um grande afeto por um urso que escapou de um circo.
Já o drama La Pampa, de Antoine Chevrolier, mostra dois adolescentes inseparáveis. Quando o segredo de um deles é descoberto, a família dos dois amigos se despedaça. A distribuição é da Encripta.









