Exposição em N.York tem instalações que remetem a atrações de parques de diversões
Exposição em N.York tem instalações que remetem a atrações de parques de diversões
Um dos (poucos) artistas internacionais convidados para a 28a Bienal de São Paulo, em 2008, Carsten Höller é um bom exemplo de artista que segue os preceitos da estética relacional. Sua marca registrada são os escorregadores, estilo tobogã, como o que ele montou em São Paulo. Até 22 de janeiro quem estiver em N.York pode conferir o trabalho deste artista que está com uma retrospectiva no New Museum (235 Bowery, região sul de Manhattan).
A exposição Carsten Höller: Experience é a maior retrospectiva do artista já realizada nos Estados Unidos. Ocupando quatro andares do edifício do New Museum, o que não é pouco, a mostra inclui trabalhos que são marca registrada de Höller, e em cada andar a exposição é focada num tema específico. Ex cientísta, Carsten Höller trabalhou até 1993 no ramo da entomologia, o estudo dos insetos. Hoje ele experimenta com humanos, engajando o espectador em sensações provocadas por suas invenções/instalações que, amiúde, remetem a espaços semelhantes a atrações de parques de diversões, mas sempre forçando a reflexão do visitante em torno das noções de tempo e espaço.
A arte relacional é uma corrente da arte contemporânea que foi contextualizada nos anos 90 pelo curador francês Nicholas Bourriaud. Através de performances e instalações os artistas que atuam segundo essas diretrizes mostram relações que enfatizam o diálogo e a negociação.
O conceito, principalmente se explicado por Borriaud, pode parecer extremamente complicado, mas é muito simples. Artistas de posicionamento de esquerda, contra a sociedade de consumo, criticam o medo das relações pessoais. Para propor essas discussões os relacionais deixam em seus trabalhos lacunas que devem ser preenchidas pelo público. Rirkrit Tiravanija, por exemplo, que tem obras no museu brasileiro de Inhotim, ficou conhecido pela instalação/performance Untitled 1992 em que ele cozinha um macarrão tailandês para vinte pessoas e deixa os pratos e panelas em exposição. É importante que o público dê sua contribuição, que se relacione com a obra e com os outros espectadores.
Num mundo extremamente conectado onde a internet e o progresso dos meios de transportes o tornaram um espaço cada vez mais fácil de percorrer, as pessoas vivem cada vez mais relações virtuais, afastando-se das conexões mais simples, do corpo a corpo.