Ricky Tavares sempre deixa uma marca indelével por onde passa, desde as primeiras festas Conexão DJ, no Rio de Janeiro, no começo da década de 90, onde tocaram pela primeira vez na cidade aqueles que hoje são referência quando se fala em música eletrônica brasileira: Renato Lopes, Mau Mau e Edu Corelli, entre outros. Ricky já fez de tudo na noite, sempre empregando o que ele tem de melhor que é o estilo particular e atrevido, aliado a um poder de comunicação raro. Foi door, barman, promoter e modelo, além de ator. Todo prosa Ricky conta de sua aventura em frente às câmeras, o filme Headcase, que está em cartaz esta semana no Gay and Lesbian Film Festival de N.York.
Hoje Ricky é DJ em Londres. Uma pequena temporada em Paris este ano, tocando ao lado de Patrick Vidal, foi seu “debut” na noite européia. Mas, antes disso, Ricky fez carreira mesmo em N.York, onde morou de 1994 a 2001, voltando logo após os horríveis atentados do 11 de setembro, os quais ele assistiu da cobertura de seu prédio, no East Village, em Manhattan.
Hoje Ricky é DJ residente em duas festas da capital inglesa: a Save the Robots, todo sábado no clube Fire e a festa Model, toda quarta no Barcode, onde a hostess é Satanica Pandamonia. Ricky também tocou na festa de lançamento do filme Party Monster, mês passado e é frequentemente convidado para tocar na festa Discotheque, do super clube The End e na Substation South.
Ricky tinha mesmo de participar da festa de Party Monster, afinal ele foi peça atuante na era dos “club kids” novaiorquinos, da qual o maior nome foi o promoter Michael Alig, em cuja vida se baseia o filme. Em 1994, auge do movimento, Ricky trabalhou nos clubes Limelight, que sediava a festa Disco 2000, de Alig, no Tunnel e na USA e como assistente de promoter em todas as festas de Alig.
Polivalente o rapaz também foi go-go boy na festa Squeeze Box, com a antológica drag Mistress Formika, onde frequentavam e faziam performances relâmpago celebridades underground como Debbie Harry e Courtney Love.
Foi também braço direito de Mario Diaz, dono e promoter do The Cock. Um tempo depois Diaz abriu um novo clube, o FC29 (também conhecido como The Hole), onde Ricky começou a discotecar e instalou sua festa, a Hole-A DayInn.
Com irreverência, força de vontade e muitos sonhos na cabeça Ricky construiu uma carreira na noite de duas importantes metrópoles e o Bits fala com orgulho deste grande amigo que no Brasil nunca teve o reconhecimento que merece. Boa sorte Ricky e mande sempre notícias!