por: Eduardo Fernandes (BiJari)
(Fevereiro/2006)
Sou do time que ficou e viu o show do Stones em casa pela TV, até gostaria de ter ido ao Rio para ver, mas as condições realmente não eram lá essas coisas. Se meter no meio de um milhão e meio de chapados na praia de Copacabana realmente não é minha idéia de diversão. Só se fosse para estar num apê que ficasse numa distância satisfatória das caixas para ouvir bem alto o CD dos "Stones Live in Copacabana". Se embrenhar no meio da muvuca pra ver show pelo telão, não dá.
Mas enfim, fiquei em casa aqui em SP e vi ao vivo pela rede aberta, não sei se passou no cabo. Teria duas vantagens… não teria de ver o Zeca Camargo e sua camisa dos Stones e não teria de aguentar os 3 blocos de comerciais no meio do show. Também teria visto mais do que Satisfaction, já que na aberta, foi onde cortaram o show, a música ainda rolando e no meio entraram os letreiros. Até aí, normal, quer dizer, normal não, mas já estamos acostumados com tal cobertura.
Com todos esses recursos e grana, poderíamos muito bem ter umas steadycams. A grua foi um recurso muito pouco utilizado e em muitos momentos vendo o show pedi por ela mas não veio, e quando veio, veio atrasada.
Ponto negativo para a edição careta e atrapalhada. Muitas vezes percebi o corte rápido de uma câmera que foi ao ar totalmente fora de quadro. Cadê o preview? A falta de interferência nas imagens também foi algo que faltou e poderia muito bem ter entrado. O que não falta são VJs com talento por aí para fazer essas intervenções com qualidade e competência. Foi o tipo de espetáculo que permitia experimentações controladas (só assim alguém tão grande como a Globo poderia aceitar). Ia ser memorável para todos telespectadores espalhados pelo Brasil, não só dos grandes centros, mas no brasil capilar, onde só a Globo chega.
O pior mesmo foi ver a geração do sinal e os cortes realizados pela cobertura. Foram infelizes, o "show" de cameras do maior show da história, foi palha. As câmeras de palco tinham enquadramentos infelizes, algumas estavam corretas. Era normal ver os músicos cortados em planos esotéricos ou então nas posições mais infelizes. A câmera do mick jagger tava ok, mas as outras…
Tivemos alguns outros planos infelizes como duas câmeras no meio da área vip, que sempre transmitiam tortas e cheio de cabeças na contraluz, à frente. Outro aspecto negativo foi a negação de um contato maior com o público presente. Em nenhum momento se viu o publico, que lotava Copacabana, apenas a massa disforme. A direção estava mais interessada em mostrar as dimensões astronômicas do evento (tá certo, tinha mesmo) mas se esqueceu de dar a dimensão humana do espetáculo. Nas câmeras, distantes, ficava claro que ninguém estava vendo absolutamente nada do palco.
De experimental, que não deu certo, mas vale o registro como positivo, foi a câmera nos barcos que estavam no mar assistindo ao show. A cámera balançava muito e se estivesse com o plano mais fechado com certeza tanto o camera quanto os espectadores passariam muito mal.
Enfim, espero que vocês tenham se divertido mais que eu no show dos Stones.