Skol Beats 2004: Basement Jaxx foi sucesso em programação morna no Outdoor Stage


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558_01p E aconteceu sábado a edição deste ano do maior festival de música eletrônica da America Latina, o Skol Beats, agora em sua quinta versão. Os serviços de previsão do tempo previam chuva para o sábado, mas esta só aconteceu bem de madrugada, por volta das 4 horas, quando todo o público já estava dentro do Sambódromo do Anhembi, em São Paulo.

As idiossincrasias se repetiram, como não poderia deixar de ser num evento que juntou 50 mil pessoas (49 mil segundo números da organização). Filas demoradas, confusões nas catracas de entrada, cerveja quente nos bares, no DJ’s Point e na área VIP, uma ironia em se tratando de um festival patrocinado por uma marca de cerveja… Mas o público não quis nem saber e se jogou, literalmente. Às tantas da madrugada quem passava pela simpática porém diminuta área de chill out, que parecia a sala de Fred Flinstone, via um pátio de abrigo de guerra, com corpos e mais corpos jogados pelo chão: era o cansaço depois de horas de maratona eletrônica.

Basement Jaxx

Este ano estava visivelmente mais cheio que em 2003 e as pessoas se esbarravam sem querer. O DJ Jonas Rocha, do Rio de Janeiro, que tocou na tenda The End, levou uma cabeçada de um “transeunte” mais atrapalhado e ficou com um inchaço no olho. Outros contratempos foram por conta do som deficiente das tendas. Um dos DJs mais esperados da noite, o houseiro de Chicago Derrick Carter, teve seu set prejudicado pelo equipamento de som com defeito. Do lado esquerdo da tenda The End, durante seu set, simplesmente a caixa estava desligada. Somente a Tenda Movement apresentou um som condizente com um festival do porte do Skol Beats e por isso mesmo foi a tenda mais cheia durante a noite toda.

As atrações electro decepcionaram, mas já era de se esperar: não deveriam ter sido escaladas para o Outdoor Stage – um Skol Club era suficiente para DJs e grupos provenientes de espaços pequenos e underground, como são o Fischerspooner e Benny Benassi. O maior problema, além da falta de experiência em eventos deste porte, na realidade foi a falta de repertório: Benny Benassi tocou várias vezes Satisfaction e Fischerspooner repetiu Emerge três vezes. Não empolgaram.

A empolgação só aconteceu durante o show mais esperado da noite, o dos ingleses do Basement Jaxx, que teve até passista no palco, mais uma daquelas manobras de estrangeiros evocando nossos símbolos. O show dos originariamente houseiros Jaxxes envolveu o próprio house, mais funk e hip hop, com pitadas de bastard pop – em apropriações bem escolhidas. Num bom momento, um dos melhores na realidade, o hit Romeo foi mixado com Magnificent Seven, do The Clash, com Simon Radcliffe em momento “jimmy hendrix air guitar” – faz parte da onda mix rock-eletronica. Enriquece na verdade. Outros hits foram cantados junto com o público, como Where’s Your Head At e Red Alert, este do primeiro álbum. Basement Jaxx salvou a noite.

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