Novas séries TV a cabo 2005


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Desde o advento da TV por assinatura no país que passamos a ter um leque variado de opções de séries de TV. No distante ano de 1996 a chegada dos canais Sony e Warner incrementou a variedade e veio por estabelecer o período de final de outubro/início de novembro como a época oficial do lançamento das grandes estréias. Alguns canais também oferecem “mid-season”, e fazem estréias em outros meses, mas o grande número de novidades e retorno de nossos programas favoritos ocorre neste período. Demos uma olhada em algumas das novidades e em outras que retornam para mais uma temporada.

Mandrake – Primeira incursão da HBO na produção brasileira não poderia ser mais feliz, produzida pelo pessoal da produtora carioca Conspiração Filmes. Baseada na obra de Rubem Fonseca, mestre do gênero policial, a série apresenta Mandrake (Marcos Palmeira), advogado bem sucedido que transita na alta roda, assim como no submundo. Retrata o Rio de Janeiro com alguns toques nostálgicos, influência dos livros de Rubem Fonseca onde o personagem Mandrake aparece desde os anos 60 até os 90, e desnuda uma realidade, enquanto apresenta belas tomadas da cidade em enquadramentos originais.

É um programa que pega o espírito carioca e as entranhas da cidade que refletem as do país. O protagonista, um carioca bom vivant, cínico e sedutor, sempre rodeado de belas garotas, resolve casos de maneira incomum. Mandrake chegou a ser comparada como uma versão masculina de Sex and The City (produzida pela HBO norte americana). As semelhanças da narrativa em primeira pessoa e o fato de compartilhar as confidências dos que estão ao seu redor apresentando uma visão da intimidade masculina é que remetem ao lugar comum das duas séries. Além disso, como em Sex and the City, a produção é bem cuidada e cheia de bossa e se inspira nas cidades onde se ambientam. E qualquer semelhança acaba por aí. Mandrake tem uma inspiração noir, longe da comédia (embora tenha sua dose de humor), e uma seleção de diretores e elenco impecáveis. Marcelo Serrado, Miéle, Érika Mader e a sempre excelente Maria Luiza Mendonça brilham sempre. Até os convidados são escolhidos a dedo, Daniel Dantas como Baby, um playboy apaixonado por uma stripper, é uma prova. Mas Alexandre Frota e Suzana Alves em papéis sob medida no primeiro episódio, mostram um acerto inquestionável. A linguagem é forte como na literatura policial e o mesmo se reflete em algumas imagens, nessa ótima estréia da HBO (domingos, 23h).

Medium – Mais uma das opções da Sony sobre pessoas que falam com os mortos (a outra é Ghost Whisperer). Patrícia Arquette é Allison Dubois, uma médium que existe na vida real e é consultora da série, que ajuda a solucionar crimes com as informações que recebe. O piloto foi muito bem escrito e foge do clichê. Próximo ao final, uma série mediana teria acabado de forma banal e direta, mas Médium se esforça para oferecer reviravoltas e surpreender. A seqüência que antecede a abertura do episódio inicial, já tinha me dado confiança na série. Bem dirigida, consegue ser inteligente e instigante. Uma boa opção para as noites de segunda (20h), parece promissora e já está na segunda temporada nos EUA.

Living with Fran – A atriz Fran Drescher (The Nanny) volta mais curvilínea em sua nova série na FOX (quartas, 21h30min). Ela é uma quarentona divorciada que vive com um garotão. Uma surpresa para seu filho, expulso da faculdade de medicina que planeja retornar ao lar para viver num ambiente sem stress. A sitcom consegue fazer rir e Drescher mostra que não perdeu o jeito para comédia. Vale a pena ver.

Everybody Hates Chris – Estréia imperdível da Sony – veja matéria de destaque (terças, 20h).

Related – Drama da Warner (quartas, 22h) sobre quatro irmãs, cada uma numa fase da vida, e o relacionamento entre elas. Fosse mais voltado para a vida amorosa e poderia ser uma espécie de Sex in the City em família. Estrelado por Jennifer Espósito (Spin City) e criado por Martha Kauffman, produtora de Friends.

The Inside – Uma novata do FBI é recrutada por agentes veteranos para analisar os perfis psicológicos de suspeitos. O diferencial é que ela já foi uma vítima. Essa estréia da FOX (terça, 21h), independentemente de suas qualidades, está com os dias contados. Já foi cancelada na terra de Bush.

Rich Kids Cattle Drive – O Canal E! traz esse reality-show (quintas, 22h) que pega a premissa abandonada por The Simple Life em sua primeira temporada. Jovens ricos e mimados tem que dar duro numa fazenda. Se você ainda tem sede por esse tipo de entretenimento, vai se fartar.

A Viagem Radical de Knievel – É um reality show que passa quase esquecido no canal A&E (sextas, 21h). Nos anos 70 Evel Knievel estava no auge e fazia seus saltos extraordinários com motos, seja sobre os jardins de um cassino ou uma tentativa no penhasco, numa espécie de foguete, já que no Grand Canyon seria impossível. Atualmente a HBO exibe um filme biográfico sobre ele e na década de 70 sua popularidade era tão grande que ele tinha até um desenho da Hannah-Barbera (assim como os Harlem Globetrotters tinham). Neste programa, o filho de Evel, Robbie Knievel, assumiu o manto destemido da família e faz uma turnê, que o programa acompanha. Com apresentações em convenções de motoclicistas até um salto sobre diversos caças num porta-aviões. Não é imperdível, mas funciona como entretenimento, é uma aventura on the road sobre Robbie, que tenta manter a lenda viva.

Commander in Chief – É inevitável comparar com The West Wing: ambas tiveram o mesmo tipo de origem, seus criadores escreveram um filme sobre os bastidores do poder: Sorkin, de The West Wing, fez Meu Querido Presidente, e Rod Lurie, deste aqui, fez A Conspiração. Lurie escreveu em A Conspiração uma trama similar onde o jogo político tenta impedir que uma senadora chegue à vice-presidência. Comparar a atuação de Joan Allen com Geena Davis é covardia. No drama lançado pela Sony (segundas, 21h) temos uma vice que vira presidente contrariando o presidente falecido e o da câmara (Donald Sutherland, bom ator pagando seus pecados como um político machista e chauvinista). Indeciso sobre enveredar pelo drama nos bastidores do poder ou causas feministas, a primeira missão é um resgate (muito justo) de uma mulher que está condenada a morte por ter praticado sexo na Nigéria. O humor sobre o marido levado à função de “primeira-dama” é questionável com o drama. Pode ficar melhor ou pior. Eu não aposto nessa, mas deve surtir interesse ainda mais com a probabilidade de Hillary Clinton ou Condoleezza Rice chegarem à Casa Branca.

Invasion – O título não deixa dúvidas: a passagem de um furacão na Flórida serve, aparentemente, de pretexto para uma invasão. Uma menina vê luzes chegando do céu e indo para dentro d´água, um corpo esquisito surge nos Everglades (aquela região meio pantanosa da Flórida) e não há grandes surpresas. Quem está invadindo a Flórida? Não são os cubanos, não é a Al-Quaeda, só podem ser alienígenas ou seres do além. A premissa seria interessante para um longa-metragem, mas para uma série de TV parece rumar para o batido tema conspiratório. O piloto insinua uma relação nebulosa entre dois personagens desaparecidos e encontrados de forma nada convencional. Tomara que funcione, a idéia é boa e o elenco também (domingos, 22h).

Sex, Love & Secrets – De título sugestivo esta nova série da Sony, estrelada pela bela Denise Richards, fala sobre jovens amigos e seus relacionamentos. Lembra um clone mal feito de Melrose Place. Foi difícil de aturar já nos primeiros vinte minutos (quartas, 20h).

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