independentes do inglês


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Independentes do inglês

Autor: Bezzi – publicado em 12/04/2006

Fugindo da obrigatoriedade de cantar em inglês, algumas bandas independentes mostram que o rock pode ser cantado em outras línguas. Bandas como Bonde do Rolê, Multiplex, Jumbo Elektro e Imperdíveis optaram pelo uso da língua portuguesa (e de outras línguas) para ter maior receptividade do público, e não cair no velho clichê de que banda independente deve cantar em inglês, como aconteceu nos anos 90.

Duas bandas da nova safra independente me chamaram a atenção. Os Telepatas, que fazem um som experimental cantado em português com influências de post rock, e uma de suas músicas, Coração Pedra de Gelo, até virou trilha para um desfile de moda recentemente.

Nome da banda: Os Telepatas

Cidade: São paulo

Breve resumo:

Formamos em 2004. Lançamos o EP Coração Pedra de Gelo em junho de 2005 e o single Vegas Special em Março de 2006. Temos o projeto de lançar o disco cheio ainda esse ano. Tocamos em várias casas alternativas e em outras cidades de SP como, por exemplo, Franca (ao lado da cultuada banda WRY) e também em Curitiba.

Porquê a opção de cantar em portugês?

Nunca foi uma opção. Sempre foi um pré-requisito.Queremos cantar em Português, desde o início da banda.

Quais são suas influências?

Muitas: Walter Franco, Mogwai, Supercordas, Pink Floyd, Pavement, Wilco, Grandaddy & Wandula.

É difícil ter uma banda independente no Brasil?

É difícil achar lugares decentes pra se tocar, é difícil cachê decente pra se tocar. Essa é a pior parte, quanto à divulgação, gravações e coisas desse tipo, depende muito do esforço da própria banda de ir atrás e criar formas de viabilizar as coisas. Infelizmente o selo nacional ainda não tem a força e o dinheiro necessário pra fazer uma cena forte. Mas isso está melhorando aos poucos.

Qual foi a melhor apresentação de vocês até agora?

Franca-Novembro de 2005, na festa de um dos melhores programas independentes da Internet brasileira, o Studio 11 (www.fotolog.net/studio11). Você pode ouvir aqui às 5ªs feiras, 22h no www.radiounifran.com.br.

O que há de interessante para se ouvir na cena independente?

Muita coisa. As bandas brasileiras, há tempos já não devem nada às gringas: Supercordas, Wandula, Objeto Amarelo, ludovic, Hurtmold, Jumbo Elektro… São tantas que vou cometer injustiças aqui. Os DJs: Centro Cultural Batidão, Guab, Max Bloom, Bezzi, são DJs com sets bacanas e diversificados que valem a pista!

Links:
http:www.tramavirtual.com.br/os_telepatas
www.myspace.com/ostelepatas

Formação:
Erick:Baixo
Fabs:Guitarra e Voz e Escaleta
Lirou:Bateria
Pedro:Teclado, Guitarra e Voz
Stan:Guitarra e Voz e Escaleta

PERFIL:

Nome da banda: Os Princesa

Cidade: São Paulo

Breve resumo:

Formada em meados de 2004, Os Princesa tinham em sua formação Über Nagoshi (mezzo japonês, mezzo alemão, mezzo calabreza). Foi encontrado na Praça do Ovo e alimentado com comida macrobiótica por um bando de hippies, Lady Elsa (antiga diva gospel que se mudou para o Brasil para abrir uma franquia da Zogbi no centro de SP e tem seu nome associado à morte de seus últimos 3 maridos, todos fazendeiros da Ilha de Marajó) e Marjorie Michels (a princesa amiga de Kate Moss que filmou a modelo aspirando LA PISTA DI COCAÍNA para a TV italiana).

Marjorie resolveu investir na carreira de fotojornalismo e na cena de – Hide quoted text – CHRISTIAN RAP do Oriente Médio. Para substituí-la, Os Princesa chamaram DJ Mulher: projetada por Oscar Nieymeyer na década de 50, ela ficou guardada em um almoxarifado no setor de auto-peças-estatais de Brasília. Após 70 anos de clausura, foi resgatada para uma exposição na Pinacoteca no começo deste século. Lady Di, em visita ao Brasil, mirou para o CONJUNTO DA OBRA, se apaixonou e deu um beijo na estátua: nascia a nossa DJ.

Do inicio de 2005 para cá Os Princesa já realizaram diversos shows, em alguns lugares às vezes inimagináveis. Já abrimos até pra um churrascão dos seminaristas do MOSTEIRO DE SÃO BENTO e pra um MENESTREL GÓTICO num bazar beneficiente. Inclusive fomos expulsos no meio da apresentação. (NUNCA FOMOS TÃO HUMILHADOS EM TODA NOSSA VIDA!!) Em breve, Os Princesa lançam seu primeiro EP. Sim, NÓS ESTAMOS EM ESTÚDIO. Além disso, no último mês, nós tocamos em uma rádio universitária francesa e em 2 festas em Berlim – electrojetsetters, baby.

Porquê a opção de cantar em Francês?

Porque francês é a lingua do amor, oras. A escolha do francês para a cover de Ramones produzida para o desfile da marca Laundry aconteceu porque algumas das coisas que mais ouvimos vêm da terra da Coco Channel: Françoise Hardy, Serge Gainsbourg, Carla Bruni, Jacqueline Taieb, Gillian Hills, Elizabeth e o semi-DEUS Jean-Pierre Sauser (HAHAH). Além disso, estamos compondo duas músicas: uma em alemão para a Copa do Mundo e um REGGAETON com influências de línguas mortas (é serio.)

Quais são suas influências?

A gente ouve coisas novas, velhas, sucessos dos outros, coisas desconhecidas (o Über é o nosso bibliotecário). Com o advento do myspace, ficou até mais fácil achar coisas legais. Mas a gente não tem muito critério não: banda topou, vamos usar. Além do mais, as nossas influências extrapolam o âmbito musical: as greves na França, a novela das 8, Angela Carne e Osso, Darlene Glória, a Sarah (dona da Colette) e o Seu Jacques, dono do Saldos Jacques (todos sabemos que o Saldos Jacques é a Colette brasileira) são importantes na nossa catarse musical (HAHA). Ah, também tem a nossa GRELHA DO GEORGE FOREMAN!!

É difícil ter uma banda independente no Brasil?

Montar a banda e começar a fazer show não é difícil. Na verdade, a gente nem quis e acabou crescendo. Mas a partir do momento que você tem que lidar com a boa vontade de desconhecidos para ir mais pra frente, a coisa pega. Nem sempre tem gente disposta a te ouvir, a entender a proposta, a impulsionar. Aí é você citar um nominho importantinho que nego muda na hora. Só que a gente não curte dar carteirada musical, então é difícil se colocar na CENA (ui!).

Qual foi a melhor apresentação de vocês até agora?

Foi um show na Vila dos Ingleses, ali na Luz, PATRIMONIO HISTÓRICO da HUMANIDADE. Estavamos bem ensaiados, bem vestidos e bem bêbados. Além disso, a nossa BANDA DE APOIO era gigantesca. E o TOQUE DE MIDAS certamente foram os CHOQUES que a gente tomou no microfone – estava CHOVENDO NO PALCO.

O que há de interessante para se ouvir na cena independente?

Ah, tem a gente (olha o jabá-bá-bá), Nancy, Satanique Samba-Trio, Karine Alexandrino, As Cobras Malditas, Lavoura Electro, M. Takara, Lulina, Grenade, Chantilly, Zémaria e o Montage (o Daniel é um bombonzinho!). Lá de fora, a gente recomenda Boy From Brazil, Miss Le Bomb, Cobra Killer (Alemanha), datA, TEPR, Justice, CocoRosie e Noemi (França), Phillip Morris and the Hobosexuals, Moving Units, Explogasm, Out Hud (EUA).

Links: www.myspace.com/osprincesa

Formação:

Dj mulher – Ana Laura Mello
Lady Elsa – Bia Bonduki
Über Nagoshi – Jorge Wakabara
 

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