Roman Polanski é preso na Suiça e pode ser extraditado para os Estados Unidos


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Diretor de O Pianista é processado há 32 anos

O diretor de cinema Roman Polanski foi preso no último domingo em Zurique, na Suiça. Ele pode ser extraditado para os Estados Unidos como conseqüência de um processo que corre há décadas. O oscarizado diretor é acusado de aliciar uma menor de 13 anos no final dos anos 70. O episódio ocorreu na casa do ator Jack Nicholson e, segundo a acusação, Roman Polanski teria oferecido álcool e outras drogas à menor e depois teria feito sexo com ela durante uma sessão de fotos. Polanski se declarou culpado apesar de afirmar que o sexo havia sido consensual e saiu dos Estados Unidos antes de ocorrer a ordem de prisão.

Polanski estava a caminho do Zurich Film Festival onde receberia um prêmio especial pelo conjunto da obra. Sobrevivente do Holocausto, Polanski é cidadão francês e viajou várias vezes à Suiça sem ter o menor problema com as autoridades. Agora ele ficará preso até ser resolvido se ele será enviado aos Estados Unidos e isso deve demorar algum tempo, já que seus advogados irão apelar à Suprema Corte Suiça.

A cerimônia de entrega do prêmio foi cancelada no Zurich Film Festival e o ministro da cultura francês, Frederic Mitterand e o próprio presidente da França, Nicolas Sarcozy, pediram às autoridades suiças pressa na resolução do problema.

A vítima, Samantha Geimer, que hoje tem 45 anos, processou Polanski e fez um acordo com ele e hoje pede que essas acusações sejam canceladas. O processo pelo qual Polanski é acusado e tem uma ordem de prisão é movido pela promotoria da cidade de Los Angeles e teve vários revezes no decorrer das décadas pelas quais se arrasta. Há indícios de que houve várias irregularidades no processo, conseqüência de interesses escusos da promotoria e do próprio juiz. O documentário Roman Polanski: Wanted and desired, de Marina Zenovich, mostra acordos de bastidores entre os promotores e o juíz, uma pessoa obcecada com a mídia que se preocupava com as conseqüências em sua imagem, caso ele não colocasse Polanski na prisão.

O episódio de aliciamento de uma menor não é o único caso que colocou Roman Polanski nas páginas policiais. Em 1968 sua esposa, a modelo e atriz Sharon Tate, foi assassinada em sua casa em Los Angeles ao lado de amigos. Ela estava grávida e teria o filho em duas semanas. Os assassinos são seguidores de Charles Manson.

No momento Roman Polanski estava finalizando sua mais recente produção, The Ghost. O filme, que tem Ewan McGregor encabeçando o elenco, fala de um “ghost writer” que acaba tendo sua vida ameaçada quando segredos sobre seu biografado, um ex-Primeiro Ministro britânico, são revelados. Ainda no elenco estão Kim Catrall (a Samantha de Sex And The City), Timothy Hutton, Pierce Brosnam, Tom Wilkinsom e outros.

O diretor deve sair da detenção mediante pagamento de fiança. Outra possibilidade, descartada por ele nesta segunda-feira, seria aceitar o pedido de extradição e responder ao processo nos Estados Unidos.

Fonte: The Holywood Reporter

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